Antes e depois de rezar

Numa experiência de oração que uma vez tive propuseram começar por sacudir a poeira dos nossos pés: identificar e eliminar aquelas preocupações e impedimentos a um encontro livre e verdadeiro com Deus. Inicialmente não sabia por onde começar, mas depois dei-me conta de que acreditava pouco que a qualidade da experiência de oração que ali viesse a fazer – onde tudo é posto para acontecer um encontro mais marcante com Deus – pudesse ter alguma continuidade na minha vida.

Antes e depois de rezar

Numa experiência de oração que uma vez tive propuseram começar por sacudir a poeira dos nossos pés: identificar e eliminar aquelas preocupações e impedimentos a um encontro livre e verdadeiro com Deus. Inicialmente não sabia por onde começar, mas depois dei-me conta de que acreditava pouco que a qualidade da experiência de oração que ali viesse a fazer – onde tudo é posto para acontecer um encontro mais marcante com Deus – pudesse ter alguma continuidade na minha vida.

Realmente, um dos receios ou tentações que às vezes temos quando pensamos em fazer um tempo de oração, seja mais curto ou prolongado, é pensar que a proximidade que aí conseguirmos com Deus será difícil de continuar, de transportar para o nosso dia a dia. E por isso às vezes chegamos a questionar-nos se valerá mesmo a pena esse tempo de oração. Este é um obstáculo à nossa fé e ao poder transformador de Deus e da oração nas nossas vidas. Por isso devemos livrar-nos dele, pedindo a Deus que nos ajude a eliminar a poeira.

Depois da experiência de oração chegou um momento em que, pelo meu fraco testemunho de vida, senti que tinha atraiçoado um pouco a Deus, sobretudo se tivesse em conta a riqueza da experiência que me tinha sido proporcionada. Depois entendi que Deus me dizia simplesmente “Não te preocupes com isso. Anda em frente.” Mas o meu coração não se satisfazia e voltava sempre àquela sensação de quem tinha falhado. Resolvi por isso falar directamente com Deus e dizer-lhe o que sentia, ou seja, que não estava lá muito convencido que Ele me amava e aceitava tal como eu era.

Deus, que atende sempre às nossas necessidades, tratou então de me convencer. Aos poucos foi-me recordando do que me tinha falado naquela experiência: que entre Judas e Pedro tinha havido uma diferença de atitudes, não na infidelidade, que ambos mostraram, mas na reacção à posteriori: Pedro deixou-se amar na sua miséria enquanto que Judas não suportou a sua própria imperfeição.

Isto fez-me entender que, perante a grande dificuldade de aceitarmos a nossa imperfeição, nomeadamente os mais perfeccionistas, temos uma palavra a dizer. 
• ou pensamos que somos realmente uns miseráveis e desistimos de tentar dar o nosso melhor
• ou então decidimos que, ainda que imperfeitos, queremos seguir em frente, porque sabemos que Deus nos ama tal como somos, e mesmo que não o sintamos no coração nesse momento, é essa a opção que tomamos porque sabemos onde queremos ir: queremos ser pessoas novas, pessoas transformadas por Ele, que possam seguir em frente e dar fruto.

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