A que vim eu, que procuro?

O ano já engoliu dois meses, já anseio pelas férias de Páscoa das crianças. Esta manhã, a lista de tarefas é impossível de satisfazer. Pedidos urgentes, recados da família, projectos de médio e de longo prazo, o que pego primeiro? Sei que no fim do dia vai ficar muito por fazer. Puxei do livrinho de pensamentos de Santa Teresa de Jesus que me tem acompanhado e me ajuda a mergulhar em Deus, normalmente no início do dia, e leio este.

“Mas, algumas de nós parece que não viemos a outra coisa ao convento senão a procurar não morrer. Cada uma o procura como pode. (…) Determinai-vos, irmãs, que vindes a morrer por Cristo e não a regalar-vos por Cristo; que o demónio põe no pensamento que isto é preciso para seguir a Regra; e em boa hora se pretende guardá-la procurando ter saúde” (http://www.carmelocuritiba.com.br/index.php?pag=detalhe&codconteudo=25).

A que vim eu, que procuro? Não conservar a saúde, que dou por ganha. Procuro viver satisfeito comigo mesmo, com os objectivos incessantes e que não me deixam ter descanso. A desejar que o tempo passe depressa e que os dias cresçam e fiquem mais quentes e que venham as férias e não seja preciso preparar merendas para a escola e ver testes e que os pais se curem ou não, que as crianças cresçam e dêem menos trabalho.

Fujo para a frente, quando tenho a Vida dentro de mim, ao alcance de um minuto, uma leitura, uma dezena rezada em silêncio. Esta manhã, a passar estas pistas do meu caderno de oração para o email, entre a aula das oito e a reunião das dez e meia, o dia começa diferente. Obrigado Pai que Te mostraste tão bem a Santa Teresa!

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