Aprender a pescar de outra maneira

“Ao romper do dia, Jesus apresentou-se na margem, mas os discípulos não sabiam que era Ele. Jesus disse-lhes, então: «Rapazes, tendes alguma coisa para comer?» Eles responderam-lhe: «Não.» Disse-lhes Ele: «Lançai a rede para o lado direito do barco e haveis de encontrar.» Lançaram-na e, devido à grande quantidade de peixes, já não tinham forças para a arrastar. Então, o discípulo que Jesus amava disse a Pedro: «É o Senhor!» Simão Pedro, ao ouvir que era o Senhor, apertou a capa, porque estava sem mais roupa, e lançou-se à água. Os outros discípulos vieram no barco com os peixes, com efeito, não estavam longe da terra mas apenas uns noventa metros.”
Jo 21,4-8


Jesus tinha morrido e, apesar de ter aparecido outras vezes, Pedro e os outros discípulos voltaram a pescar. No fundo, era aquilo que costumavam fazer antes do tempo da pregação com Jesus.
Eles regressavam com os barcos à praia, sem terem pescado nada e viram um homem na margem. No entanto, não O reconheceram.
A primeira coisa que me tocou foi o Senhor ter aparecido ao romper do dia, na margem. O sol estaria a surgir no horizonte, Jesus vinha ter com eles onde e como eles estavam.

Tomemos consciência que o Senhor está connosco. Dialoguemos com Ele.
Porque apareceu aos discípulos? Continuava a ser Seu amigo?
Porque é que os discípulos não o reconheceram? Jesus estava diferente, transformado, ressuscitado? Que lhes queria mostrar ou dizer?

Hoje, de novo, a cada instante, acontece este encontro de Deus comigo, com cada um, individualmente. O Senhor está connosco intimamente, o mais próximo que é possível, porque nos ama eternamente.

Trago, sobretudo, perguntas:
1. Porque é que parece que Jesus continua na margem?
2. Acho que Deus não poderá estar porque estou cansada, triste, porque fiz algum disparate ou porque estou a sofrer?
3. Aguardo e procuro calmamente o Senhor para receber a paz, o sentido e a confiança?
4. Está tudo a ser muito bom, ou estou, apenas, demasiado distraída com a minha pesca? Preocupada com o que tenho de fazer?
5. E se o Senhor me convida a pescar de outra maneira?

O que acontecerá se:
6. Começar a ir ao encontro das outras pessoas, como Jesus fez e continua a fazer comigo?
7. Conversar com quem não costumo?
8. Cultivar o olhar positivo e não dizer mal?
9. Agradecer e saborear o meu dia?
10. Encontrar tempos de silêncio para aprender a orar? (onde quer que esteja: no trabalho/escola, na comunidade, na rua, no prédio)
11. Procurar estar verdadeiramente aberta e recetiva aos de casa (que nem sempre têm o melhor de mim, porque estou muito à-vontade)?

Em termos práticos, sinto o convite a fazer o trabalho que tenho de fazer (por vezes, repetitivo), o melhor possível, tentando ver o positivo e não desistir da nova tarefa que ainda estou a aprender.
Estes têm sido, também, tempos de desafio de olhar/fazer de outra maneira: na minha família há uma pessoa doente e é bom observar os gestos de amor que se multiplicam à sua volta, o carinho e a ternura para que se sinta o melhor possível, a sua vontade de querer estar mais perto de Deus.

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