Ás vezes é só preciso acreditar

“Mais uma vez o tocou o anjo do Senhor, dizendo-lhe: «Levanta-te e come, pois tens ainda um longo caminho a percorrer.» Elias levantou-se, comeu e bebeu; reconfortado com aquela comida, andou quarenta dias e quarenta noites, até chegar ao Horeb, o monte de Deus. Tendo chegado ao Horeb, Elias passou a noite numa caverna, onde lhe foi dirigida a palavra do Senhor: «Que fazes aí, Elias?» Ele respondeu: «Estou a arder de zelo pelo Senhor, o Deus do universo, porque os filhos de Israel abandonaram a Tua aliança, derrubaram os Teus altares e assassinaram os Teus profetas. Só eu escapei; mas também a mim me querem matar!» O Senhor disse-lhe então: «Sai e mantém-te neste monte, na presença do Senhor; eis que o Senhor vai passar.» Nesse momento, passou diante do Senhor um vento impetuoso e violento, que fendia as montanhas e quebrava os rochedos diante do Senhor; mas o Senhor não se encontrava no vento. Depois do vento, tremeu a terra. Passou o tremor de terra e ateou-se um fogo; mas nem no fogo se encontrava o Senhor. Depois do fogo, ouviu-se o murmúrio de uma brisa suave. Ao ouvi-lo, Elias cobriu o rosto com um manto, saiu e pôs-se à entrada da caverna. Disse-lhe, então, uma voz: «Que fazes aqui, Elias?» Ele respondeu: «Ardo em zelo pelo Senhor, Deus do universo, porque os filhos de Israel abandonaram a Tua aliança, derrubaram os Teus altares e mataram os Teus profetas. Só eu escapei; mas agora também me querem matar a mim.»”
1º Rs 19, 7-14


Na 6ª feira depois de muitas peripécias, de nervos à flor da pele e de ter de ir ao aeroporto porque tinha os bilhetes com os nomes incorrectos, pelas 17h lá consegui ter uns bilhetes de avião correctos para poder viajar. Finalmente lá seguimos para o aeroporto. Uma correria sem fim, sem tempo para pensar, para parar ou para estar com Deus da forma que nós pensamos que é estar com Deus. Fizemos check-in, calharam-nos uns lugares na cauda do avião. Para o caso era indiferente, tanto faz ter uns lugares à frente ou atrás, a vida não depende do lugar que ocupamos. Probabilidades são probabilidades e depois temos as excepções.
Quando o autocarro chegou perto do avião, apercebi-me que estava uma ambulância na pista junto ao avião e, comentei, vamos ter um doente durante na viagem. Os doentes embarcam sempre primeiro para dar tempo de colocar a maca, oxigénio … etc. e, viajam sempre nos últimos lugares, pensei, Deus queira que não esteja em muito mau estado. 
Quando embarcamos procurei logo à minha volta para ver o que nos esperava, à primeira vista nada, fiquei aliviada. Sentei-me olhei pela janela, a noite estava bonita, infinita, com tudo de mau e tudo de bom para nos oferecer.
Com mais calma, voltei a olhar em volta e lá estava o caso médico, só tinha o corredor a separar-nos, era um bebé, com pouquíssimos dias envolto numa paz… quentinha, uma mão pequenina branquinha segurava a mão da enfermeira, estava preso à vida… um sorriso nos lábios como se sonhasse com anjos. No silêncio, a sua esperança chamava atenção.
Deus só podia estar ali! Naquela Paz! Naquela Esperança… Naquela Vida…
Muitas vezes Deus está tão perto que não acreditamos que possa estar ali… e é tão pequeno que não nos parece que possa ser Ele. 
Às vezes é só preciso acreditar.

Os comentários estão encerrados.