Depôr as armas

«Vinde, subamos à montanha do Senhor, 
à casa do Deus de Jacob. 
Ele nos ensinará os seus caminhos, 
e nós andaremos pelas suas veredas; 
porque de Sião sairá a lei, 
e de Jerusalém, a palavra do Senhor. 
Ele julgará as nações 
e dará as suas leis a muitos povos, 
os quais transformarão as suas espadas em relhas de arados, 
e as suas lanças, em foices. 
Uma nação não levantará a espada contra outra, 
e não se adestrarão mais para a guerra. 
Vinde, Casa de Jacob! 
Caminhemos à luz do Senhor.» 
Livro do profeta Isaías, capítulo 3, versículo 3 a 5
Neste advento, sinto que Deus me pede para deixar de estar em guerra contra mim próprio e contra a minha vida. Deus quer que deponha as minhas armas e as trans-forme em ferramentas fecundas que gerem vida para mim e para os outros. Tu per-guntas-me:
“Querido filhinho, quando é que vais começar a amar, plenamente, o teu corpo, o teu intelecto, as tuas capacidades e as tuas incapacidades? Quando é que vais começar a amar toda a tua vida, com tudo o que ela tem de bom e de mau? Eu encarnei num corpo humano, em Jesus, para mostrar, a ti e ao resto da humanidade, que ser Homem é um belo destino e um belo projecto. Que toda a tua vida pode ser tocada por mim e ter um belo aroma divino.”
Tu convidas-me a estar em paz comigo, em vez de desejar ser o que não sou. Só amando-me e fazendo as pazes comigo é que posso acolher e amar o outro, com todas as suas qualidades e imperfeições. 
Sei que já percorri e um longo caminho conTigo e em comunidade. Mesmo assim, con-vidas-me a dar um passo mais: amar as imperfeições do outro.
Sem imperfeições seríamos todos deuses solitários vivendo cada um para o seu lado. Ocuparíamos tanto espaço, com os nossos egos e as nossas vontades, que estaríamos sempre em guerra com os outros.
O teu convite é o oposto. É amar e reconhecer tudo o que sou e precisar do outro. Em vez de estar em guerra com o outro, construir com o outro o futuro. As imperfeições dos outros são as minhas possibilidades e vice-versa. Sendo imperfeito, necessito do outro e quero-o ao meu lado. Reconhecendo as nossas imperfeições, poderemos viver em paz.
Peço-te, neste Advento, que me ajudes a viver mais em Comunidade e a aceitar mais os outros como são.
Boa oração

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