Deus promete-te um final feliz.

“Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Maria, sua mãe, estava desposada com José; antes de coabitarem, notou-se que tinha concebido pelo poder do Espírito Santo. José, seu esposo, que era um homem justo e não queria difamá-la, resolveu deixá-la secretamente. Andando ele a pensar nisto, eis que o anjo do Senhor lhe apareceu em sonhos e lhe disse: «José, filho de David, não temas receber Maria, tua esposa, pois o que ela concebeu é obra do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, ao qual darás o nome de Jesus, porque Ele salvará o povo dos seus pecados.» Tudo isto aconteceu para se cumprir o que o Senhor tinha dito pelo profeta: Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho; e hão-de chamá-lo Emanuel, que quer dizer: Deus connosco. Despertando do sono, José fez como lhe ordenou o anjo do Senhor, e recebeu sua esposa.”
Lc 1,26-38


Ao orar o Evangelho de hoje, assaltaram-me algumas dúvidas.
José teve ou não qualquer participação no mistério da Encarnação? Mas, afinal quem contou a José que Maria estava grávida? Certamente a própria Maria.
Porque é que José resolveu, em segredo, abandonar Maria? Porque ela tinha concebido pela graça do Espírito Santo? Porque José tinha ciúmes ou se sentia fora de tão grandioso projeto? Afinal, José podia perguntar-se: – Onde entro eu em tudo isto?
José não se sentiria excluído?
No nosso quotidiano, este estado de exclusão é, por vezes, vivido por nós. Sentimo-nos excluídos e desvalorizados quando nos apercebemos de algum projeto que gostaríamos de fazer “nosso”, um projeto que gostaríamos de participar, mas ao qual não fomos chamados. Quando isto acontece, como reagimos?
Geralmente reagimos afastando-nos (não tenho nada a ver com isto).
Ao pensar nesta situação, vou-me dando conta, de que é principalmente no mundo do trabalho que tudo isto acontece, mas também pode acontecer em casa ou mesmo na missão. Estas situações podem provocar mágoa, tristeza e desmotivação se não forem resolvidas pelo diálogo. A dificuldade é que nos custa sair de nós, ir ao encontro e simplesmente dizer: – Eu gostava de participar, há lugar para mim? Posso colaborar?
José naturalmente sentiu-se de fora. O projeto tinha uma tal grandiosidade…!!! E, ele pode ter perguntado a si mesmo: – Então e eu?
José teve medo. Ele desejava Maria, mas…
Quantas vezes, não abafamos os nossos desejos porque temos medo ou então desmotivamos porque não nos sentimos acolhidos?
O medo de José é sobre si mesmo.
– Que faço perante uma vocação tão grande se o anjo nada me disse?
José reagiu ao medo fugindo. Ele pensou em abandonar Maria.
Como reagimos nós quando temos medo? Paralisamos, tornamo-nos agressivos, fugimos ou dialogamos?
Maria ficou muito perturbada, mas não caiu no medo. Ela dialoga, entra em relação com o anjo, consigo mesmo e com Deus.
A José, o anjo diz: “Não tenhas medo de receber Maria como tua esposa… Ela dará à luz um filho e tu lhe darás o nome de Jesus…” (Mt1, 20-21)
Ao medo Deus responde sempre com uma promessa.
Hoje, pensa nos teus desejos e nos teus medos. Lembra-te das promessas de Jesus que é fiel.
Recordas-te do que Deus prometeu a Abraão?
“Após estes acontecimentos, o SENHOR disse a Abrão numa visão: «Nada temas, Abrão! Eu sou o teu escudo, a tua recompensa será muito grande.» (Gn 15, 1)
E, são tantas as promessas de Deus:
“…estarei contigo, e os rios não te submergirão. Se caminhares pelo fogo não te queimarás e as chamas não te consumirão…” (Is 43, 2)
“Irei diante de ti para te aplanar os caminhos pedregosos…” (Is 45, 2)
“Ainda que os montes sejam abalados e tremam as colinas, o meu amor por ti nunca será abalado, e a minha aliança de paz nunca mais vacilará” (Is 54, 10)
“A partir de hoje, dou-te poder sobre os povos e sobre os reinos, para arrancares e demolires, para arruinares e destruíres, para edificares e plantares” (Jer 1, 9)
“Far-te-ão guerra, mas não hão-de vencer, porque eu estou contigo para te salvar” (Jer 1, 19)
“Dar-vos-ei um coração novo e introduzirei em vós um espirito novo…” (Is 36, 26)
“Desposar-te-ei com fidelidade, e tu conhecerás o Senhor” (Os 2, 22)
A promessa de Deus é um compromisso de te fazer feliz.
Deus promete-te um final feliz.

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