«Dias virão em que, de tudo o que estais a ver, não ficará pedra sobre pedra»

Senhor, estamos quase no final do ano, os dias são já muito curtinhos, parece que a escuridão tem mais força do que o sol e a luz. E bem sabemos que dentro de um mês começará a ser ao contrário, a luz começará a empurrar a escuridão. Ajuda-me a acreditar que no meio das minhas escuridões a tua luz acaba sempre por vencer.


E a tua palavra ilumina hoje através de Lc 21, 5-11:
Naquele tempo, comentavam alguns que o templo estava ornado com belas pedras e piedosas ofertas. Jesus disse-lhes: «Dias virão em que, de tudo o que estais a ver, não ficará pedra sobre pedra: tudo será destruído». Eles perguntaram-Lhe: «Mestre, quando sucederá isto? Que sinal haverá de que está para acontecer?». Jesus respondeu: «Tende cuidado; não vos deixeis enganar, pois muitos virão em meu nome e dirão: ‘Sou eu’; e ainda: ‘O tempo está próximo’. Não os sigais. Quando ouvirdes falar de guerras e revoltas, não vos alarmeis: é preciso que estas coisas aconteçam primeiro, mas não será logo o fim». Disse-lhes ainda: «Há-de erguer-se povo contra povo e reino contra reino. Haverá grandes terramotos e, em diversos lugares, fomes e epidemias. Haverá fenómenos espantosos e grandes sinais no céu».


Estas palavras tuas, Jesus, são tão sábias quanto desconcertantes.
Celebrámos o último Domingo do tempo comum que é chamado Jesus Cristo Rei do Universo. As leituras destes dias levam-nos a olhar para o fim dos tempos, para aquilo que nós acreditamos pela fé que será a tua vitória sobre o mal e sobre tudo que é contra o bem da humanidade. É neste contexto que nos convidas a escutar estas palavras.
Haverá um dia em que “não ficará pedra sobre pedra: tudo será destruído”. São palavras duras mas verdadeiras. Não se trata de negar a beleza nem a importância das coisas e das situações boas, mas há que pô-las em perspectiva de eternidade, dum depois, dum futuro em que o teu bem vencerá.
O nosso mundo vive demasiado no aqui e agora, como se não houvesse horizonte nem futuro, nem esperança, como se tudo fosse definitivo. E isso mata o sentido e a necessidade de esperar com alegria. Isso mata o compromisso cheio de esperança de tentar construir e fazer melhor.
Por isso, Senhor, ajuda-nos a não ficarmos nem presos na beleza e no prazer daquilo que passa mas a procurar aquilo que não passa que é dar sentido à vida e ao mundo pelo amor que temos uns aos outros. Mas ajuda-nos também a não ficarmos presos no feio, no mau, na doença e no negativo como se isso fosse a última palavra que a vida tem para nos dar. Dá-nos um coração que acredita e constrói esperança.


Estes dias a Igreja convida-nos a olhar para ti que sempre és mais forte que a morte e que o mal… se aprendemos a esperar e a confiar e andar pelos teus passos de amor. Ajuda-nos sempre a ir mais longe contigo no caminho do amor comprometido com a esperança

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