É impossível ser expressão do Amor se não vivemos no Amor!

A Encíclica do Papa “Deus é amor”, bem como o Programa Diocesano de Pastoral “ Fazer da Evangelização a expressão e anúncio da caridade”, lançam-nos um desafio: viver o amor e não apenas falar de amor.
 
Ajudaram-me muito a rezar as palavras do nosso Cardeal Patriarca e por isso vou partilhar convosco alguns excertos da introdução ao Programa Diocesano de Pastoral:
 
“Toda a acção da Igreja deve ser expressão da caridade e busca da caridade, quando celebra os mistérios da fé, quando anuncia a Palavra, quando concretiza, no realismo da vida e das situações, o mandamento do amor fraterno. Amar sempre, aprender a amar, anunciar o amor e ensinar a amar, é o objectivo perene da missão da Igreja.”
Nós somos Igreja, cada um de nós individualmente e em conjunto como Fraternidade Verbum Dei. 
Sentimos esta chamada da Igreja como nossa?
Ao ler isto lembrava-me das Palavras de Jesus na Sua oração: “Assim como o Pai me amou, também eu vos amei, permanecei em meu amor” (Jo 15,9) Senti que este convite/desafio era para mim e para ser vivido em diferentes âmbitos da vida: Casamento, Família, Pessoas que acompanho, VD, Igreja, Mundo.
Casamento: Procurar viver um amor “casto”, um amor sem egoísmo. Relembrar e procurar viver no dia a dia os votos que fizemos um para o outro no dia do nosso casamento. Se os dois formos luz um para o outro nesta caminhada de amor não há lugar para mendigar atenção , carinho…
Este caminho é mais fácil se feito a três: eu, tu e Deus, pois Ele é amor e com Ele, na oração, na escuta da Sua Palavra vamos aprendendo a ser reflexo de um Amor muito maior. Amar o meu companheiro/a é também cuidar e ajudar que ele/ela se encontre com Deus, fonte de um Amor permanente, generoso, incondicional.
O que preciso aprender com Deus para ser reflexo do seu Amor?
Família: Na família concentram- se, na sua riqueza e complexidade, todas as grandes expressões da caridade: intimidade partilhada, a diferença assumida como riqueza, a fecundidade :como expressão da generosidade do amor, a força da natureza e a beleza da graça A família crista, para ser expressão da caridade, tem de fazer um longo caminho que significa passagem de uma vivência da realidade nova da vida em Cristo ressuscitado, que não anula a natureza, mas a corrige, ajuda e plenifica. Comoo santo Padre Bento XVI afirma na sua Encíclica, este é o caminho que leva do “eros”, o amor sexuado com a força e a beleza que lhe são originais, ao amor caridade (agapê), que não anula a sexualidade, antes lhe revela o seu sentido pleno. Isto só é possível através da evangelização contínua do amor. E que a beleza desse sentido novo do amor humano tem de ser continuamente revelado, e só se atinge, não com a força da natureza, mas com a força do Espírito, que faz dele a expressão do amor de Jesus Cristo. (…).
A pastoral da Igreja não pode limitar-se a propagar um ideal de vida familiar que a muitos, por parecer inalcançável, deixa de interessar como objectivo a atingir. Tem de dirigir-se à família concreta, no realismo das dificuldades culturais, económicas, sociais. “
Sermos família é uma grande riqueza. A dificuldade é conseguirmos lidar com as nossas diferenças de forma a que não criem dificuldades, mas sim oportunidades de encontro com Deus e de maior amor pelo outro.
Aquilo que é por vezes um impasse pode ser o que crie oportunidade de rezarmos para que da nossa boca, dos nossos gestos, do nosso coração saia Amor e não a força de quem quer ter razão.
Como família também convivemos e até acompanhamos outras famílias. Como grupo de namorados e famílias Verbum Dei  penso  que temos a preocupação de ir ao encontro da realidade das famílias de hoje no mundo, mas aqui também me parece importante acompanhar, mas saber de onde partimos. Não somos nós os mestres que vamos dizer a cada um como tem de viver, mas aquilo que vamos conhecendo do “mestre”, de Deus, não podemos guardar só para nós.
?Coloco na minha oração os casais, famílias que acompanho, me relaciono?
VD, Igreja,  Mundo: ”Misteriosa e vasta, a missão da Igreja abarca toda a realidade do homem e da história. E justo e necessário que, em cada tem, conta as circunstancias peculiares da sociedade e da Igreja, esta planeie a sua missão pastoral, estabelecendo prioridades e modos de agir, lendo os “sinais dos tempos”, isto é, discernindo as aberturas ao evangelho e à fé, próprias de cada momento da historia, mobilizando pessoas e meios para a sua missão”
É muito importante que nos actualizemos, que possamos contribuir com os nossos conhecimentos, com as novas tecnologias, que acompanhemos a actualidade mas sermos mais eficazes. É importante melhorar a nossa organização… Todas estas questões nos preocupam, mas apenas uma coisa nos une – a ligação que temos com Deus, o contágio de fé que sentimos, porque de resto seremos sempre diferentes.
Ajuda-me muito neste aspecto a carta de S. Paulo aos Coríntios, a imagem que ele dá do corpo: nós somos membros todos diferentes, mas cada um de nós tem a sua função e seja ela qual for é importante e o que nos une? – Cristo ( 1ªCor 12 e 13)
Neste corpo que é a Igreja como me situo?
Na nossa comunidade que tipo de membro sou? Com que característica me identifico?
Qual é o caminho para mim e para a minha família este ano?
Viver em comunidade é sermos fortalecidos pelo testemunho na caminhada de fé. –  sim ou não!
Como diz o nosso Cardeal Patriarca: ”Por vezes a Igreja empobrece-se a si mesma com a pobreza das suas atitudes.”
Como vivemos já entre nós esta atitude de irmãos?
Como estamos na nossa Igreja e no mundo?
É impossível ser expressão do Amor se não vivemos no Amor!
Mc 7 ”Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe.”
Mantenhamos o nosso coração bem perto de Deus e bem perto uns dos outros.

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