«O reino de Deus será como um homem que, ao partir para fora, chamou os servos e confiou-lhes os seus bens. A um deu cinco talentos, a outro dois e a outro um, a cada qual conforme a sua capacidade; e depois partiu. Aquele que recebeu cinco talentos negociou com eles e ganhou outros cinco. Da mesma forma, aquele que recebeu dois ganhou outros dois. Mas aquele que apenas recebeu um foi fazer um buraco na terra e escondeu o dinheiro do seu senhor. Passado muito tempo, voltou o senhor daqueles servos e pediu-lhes contas. Aquele que tinha recebido cinco talentos aproximou-se e entregou-lhe outros cinco, dizendo: ‘Senhor, confiaste-me cinco talentos; aqui estão outros cinco que eu ganhei.’ O senhor disse-lhe: ‘Muito bem, servo bom e fiel, foste fiel em coisas de pouca monta, muito te confiarei. Entra no gozo do teu senhor.’ Veio, em seguida, o que tinha recebido dois talentos: ‘Senhor, disse ele, confiaste-me dois talentos; aqui estão outros dois que eu ganhei.’ O senhor disse-lhe: ‘Muito bem, servo bom e fiel, foste fiel em coisas de pouca monta, muito te confiarei. Entra no gozo do teu senhor.’»
Mt 25,14-23
Hoje desafio-te a escutar a parábola dos talentos duma forma que se calhar é diferente daquela a que te habituaste:
Deixa que Deus, teu querido Pai e também Criador do Universo, te agradeça por tudo o que já tens rendido para o Seu Reino! Não acredito que não tenhas realizado, na tua vida, inúmeros gestos de amor, de paz, de construção… Dirás que podias ter feito muito mais, que falhaste imensas vezes “por actos e omissões”, mas não se trata disso! Repara que o servo que recebeu cinco talentos rendeu outros cinco. Se calhar podia ter rendido dez ou vinte… Mas o Senhor aplaude-o, mesmo assim. De igual modo em relação ao que recebeu dois e rendeu outros dois. O elogio é igual! Percebo que, ao nosso Pai, o que importa é o caminho que fazemos, na arte de amar, não a nossa perfeição nessa arte!
Então, fecha os olhos e aceita ouvir:
“Muito bem, servo bom e fiel!”
Precisamos tanto que nos elogiem, que nos valorizem… Às vezes mendigamos mesmo o elogio, ou zangamo-nos, quando não somos valorizados…
Então, aproveita agora! É o próprio Deus que te está a dizer (a ti mesmo, com as tuas limitações, mas também as tuas grandezas): “Muito bem, servo bom e fiel!”
Deixa que o Senhor faça passar diante de ti todo o bem que tens feito e ouve, mais uma vez: “Muito bem, servo bom e fiel!”
Assim, valorizado e elogiado é natural que te entusiasmes com o que Ele diz a seguir: “Foste fiel em coisas de pouca monta, muito te confiarei”
Que maravilha que Deus acredite em nós! Que Ele nos confie (a mim e a ti!…) o que Lhe é mais querido: A criação inteira e os Seus queridos filhos!…
“muito te confiarei”
O que é que o nosso querido Pai nos deseja confiar, hoje? Já sabemos que não amamos perfeitamente, como Ele e o Seu Filho… Mas mesmo assim é bom que Eles reconheçam em nós capacidade de amar, que a ajudem a desenvolver e que nos confiem a construção do Seu sonho para este mundo!
Finalmente, peço que deixes ecoar em ti o convite do Pai: “Entra no gozo do teu senhor!”
Vai lá, lança-te!
“Entra no gozo do teu senhor!”
Fecha os olhos e
“Entra no gozo do teu senhor!”