«Feita uma abertura no tecto, desceram a enxerga em que jazia o paralítico»

Querida Trindade, é novamente tempo de estar convosco, é tempo de vos escutar, de vos olhar e de vos abraçar. Ensinem-me a ser, cada vez mais, como o Pai que protege e ama, cada vez mais como Jesus que toca e confia, cada vez mais como o Espírito que aproxima e entrega.
Maria, tu que deixaste que Deus habitasse em ti, ensina-me a ser esse lugar onde Jesus cresce.


O Evangelho de hoje é Marcos 2, 1-12:
Quando Jesus entrou de novo em Cafarnaum e se soube que Ele estava em casa, juntaram-se tantas pessoas que já não cabiam sequer em frente da porta; e Jesus começou a pregar-lhes a palavra. Trouxeram-Lhe um paralítico, transportado por quatro homens; e, como não podiam levá-lo até junto d’Ele, devido à multidão, descobriram o teto, por cima do lugar onde Ele Se encontrava e, feita assim uma abertura, desceram a enxerga em que jazia o paralítico. Ao ver a fé daquela gente, Jesus disse ao paralítico: «Filho, os teus pecados estão perdoados». Estavam ali sentados alguns escribas, que assim discorriam em seus corações: «Porque fala Ele deste modo? Está a blasfemar. Não é só Deus que pode perdoar os pecados?». Jesus, percebendo o que eles estavam a pensar, perguntou-lhes: «Porque pensais assim nos vossos corações? Que é mais fácil? Dizer ao paralítico ‘Os teus pecados estão perdoados’ ou dizer ‘Levanta-te, toma a tua enxerga e anda’? Pois bem. Para saberdes que o Filho do homem tem na terra o poder de perdoar os pecados, ‘Eu te ordeno – disse Ele ao paralítico – levanta-te, toma a tua enxerga e vai para casa’». O homem levantou-se, tomou a enxerga e saiu diante de toda a gente, de modo que todos ficaram maravilhados e glorificavam a Deus, dizendo: «Nunca vimos coisa assim».


Senhor, começamos com uma multidão que te envolve, eram tantos aqueles que se juntaram e aproximaram que não cabiam já ali. Há em ti qualquer coisa que atrai esta gente. Que será que viam em ti? Que teria o teu olhar? O que é que lhes dizias Tu, Jesus? Que é que pregavas?
O ‘querer ver-te’ de tantos provocou a criatividade de outros. Os amigos do paralítico! Esta parece ser a solução da amizade… “quatro homens” – diz o Evangelho – que parece que não se conformaram com o que era certo: a doença, a paralisia…
Quem poderiam ser hoje estes quatro?
A minha família? Quando deseja que eu sempre chegue mais longe
Os meus amigos? Quando acreditam em mim mais do que eu própria
Os meus colegas? Quando me acompanham em tantas partes dos meus dias
Desconhecidos? Quando descubro gestos anónimos que me renovam a esperança.
Senhor, são tantas as correntes de cuidado e carinho que Tu colocas na minha vida…


Senhor que eu cruze o meu olhar no teu, que esse “olhos nos olhos” me atraia como àquela multidão que, que de tanto querer estar contigo, ao mesmo tempo que fecha espaço físico abre espaço ao Amor.

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