Jesus sentiu que o amor bastava

“Naqueles dias, o imperador Augusto publicou um decreto, ordenando o recenseamento em todo o império. Este primeiro recenseamento foi feito quando Quirino era governador da Síria. Todos iam registar-se, cada um na sua cidade natal. José era da família e descendência de David. Subiu da cidade de Nazaré, na Galileia, até à cidade de David, chamada Belém, na Judeia, para se registar com Maria, sua esposa, que estava grávida. Enquanto estavam em Belém, completaram-se os dias para o parto, e Maria deu à luz o seu filho primogénito. Ela enfaixou-O e colocou-O numa manjedoura, pois não havia lugar para eles na hospedaria.”
Lc 2, 1-7


Pai, quando olho para o nascimento do Teu Filho sinto que a tua lógica não é mesmo a minhas lógica e que o que é mais importante para Ti eu, muitas vezes, ainda desvalorizo, sobretudo no meio da agitação do dia-a-dia.

Quiseste que Jesus nascesse no seio do casal mais espectacular que encontraste, no seio daquele casal que O iria amar melhor, educar e fazer Dele um homem de corpo inteiro. Achavas que isto era o mais importante e não ouro, prata, honrarias e bajularias.
Jesus nasceu bem humano, numa família muito amante, numa família que não era pobre, mas que estava longe de ser rica. Nasceu numa altura em que os Judeus não eram livres e viviam sob o jugo dos romanos. Poderia ter crescido um homem azedo, com desejo de libertar, pela força, os Judeus do jugo dos Romanos (muitas passagens do Antigo Testamento o dizem), poderia ter dado aos Judeus mais um conjunto de regras e preceitos (à imagem dos Fariseus). E no entanto…  

Desde o primeiro dia do seu nascimento, Jesus sentiu que o amor bastava. Que tendo os mínimos necessários para uma vida digna, o amor basta. Viu também, na vida da sua família, e na dos que o rodeavam, que só o amor dava a verdadeira liberdade, só o amor dava resposta às grandes questões da vida e às injustiças que reinam no mundo.

Só convertendo o coração do homem ao amor, a um amor não egoísta mas que pensa em todo o homem como seu igual e como seu irmão, é que cada um poderá ver todas as suas necessidades, físicas, espirituais e afectivas, preenchidas. Jesus viu também que o único que lhe dava a possibilidade de amar assim, e nos dá a possibilidade de amar assim, é o seu Deus Pai. Deus Pai que ama toda a humanidade, bom, carinhoso, que nos suporta nas nossas aflições, nos dá esperança no desalento e nos faz ver mais além das realidades presentes.

Obrigado, Jesus, por teres vindo ao meu mundo. Obrigado por teres sido uma pessoa bem concreta e bem normal, tão parecida comigo e, no entanto, tão diferente. Tu és um sinal gritante que as coisas podem ser diferentes. Tu fazes com que olhemos para tantas pessoas que amaram e amam o mundo e vejamos que, efectivamente, o Teu amor e a nossa criatividade podem tornar este mundo um mundo melhor.

Um bom Natal e boa oração

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