O Amor Fraterno

Nós amamos, porque Ele nos amou primeiro. Se alguém disser: «Eu amo a Deus», mas tiver ódio ao seu irmão, esse é um mentiroso; pois aquele que não ama o seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê. E nós recebemos dele este mandamento: quem ama a Deus, ame também o seu irmão. Todo aquele que crê que Jesus é o Cristo nasceu de Deus; e todo aquele que ama quem o gerou ama também quem por Ele foi gerado. É por isto que reconhecemos que amamos os filhos de Deus: se amamos a Deus e cumprimos os seus mandamentos; pois o amor de Deus consiste precisamente em que guardemos os seus mandamentos; e os seus mandamentos não são uma carga, porque todo aquele que nasceu de Deus vence o mundo. E este é o poder vitorioso que venceu o mundo: a nossa fé.
1 Jo 4, 9-5, 4

 
Esta leitura é a explanação do amor fraterno. S. João sistematiza-o afirmando em primeiro lugar a exigência do amor fraterno e justificando-o com os seguintes argumentos:

 

1º argumento: horizontal – Deus amou-nos primeiro.
O amor no qual o cristianismo deve exercitar-se, não é motivo de glória nem de auto-suficiência. O amor fraterno é uma resposta. A iniciativa de é de Deus. Não foi o homem que com o seu amor conquistou o homem. Foi Deus que primeiro conquistou o homem com o amor histórico que provou em Cristo.

 

 

2º argumento: vertical/sociológico – Quem não ama o próximo que vê, não pode amar a Deus que não vê. 
Uma tentação frequente daqueles que querem responder às exigências divinas, é refugiar-se no amor de Deus, desligar-se de tudo e de todos para viverem unicamente concentrados em Deus e abstraídos do ambiente onde vivem. Este conceito de amor está deturpado. Cristo uniu intimamente os dois mandamentos: «amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a te mesmo». Queridos irmãos, uma coisa é certa: quem não cumpre o dever mais fácil – o amor ao próximo, com certeza não cumprirá o mais difícil – o amor a Deus.

 

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