O Deus das pequenas coisas

“Quanto a vos, não vos deixeis tratar por “mestres”, pois um só e o vosso Mestre, e vos sois todos irmãos. Nem permitais que vos tratem por “doutores”,
porque um só e o vosso “Doutor”: Cristo. O maior de entre vos será o vosso servo. Quem se exaltar será humilhado e quem se humilhar será exaltado.”
Mt 23,8.10-12
“O único meio de realizar rápidos progressos no caminho do amor, é permanecer pequenina. Assim faço eu.” 
Santa Teresinha do Menino Jesus.
 
1) O mundo em que hoje vivemos da extrema importância ao sucesso. Aos títulos. As vitorias. Alguns de nos somos mais sensíveis a isso do que outros
e, sem nos apercebermos, esse desejo e aspiração pelas vitorias e pelo reconhecimento torna-se um grande motor das nossas vidas. Muito mais forte
e potente do que o desejo de descobrir o que o Senhor sonhou para nos. Não tem mal queremos ser bem sucedidos, ser reconhecidos pelo bom trabalho que fazemos. Não tem mal nenhum, pelo contrario, só revela brio e gosto em fazer as coisas bem feitas. Tem mal sim quando isso toma conta de nos, e tomamos uma atitude na vida que busca em primeiro lugar o reconhecimento e os títulos.
2) O Deus das pequenas coisas. E este o nosso Deus. E um Deus que, ao fazer- se homem, escolhe nascer numa manjedoura simples. Nascer numa família
humilde. Ser filho de carpinteiro. Passa 90% da sua vida (30 em 33 anos) em vida oculta. E, quando inicia a sua vida publica, a sua motivação não e o
reconhecimento próprio, mas sim a salvação dos homens. Essa e, alias, uma das tentações no deserto a que ele renuncia. Se este e o nosso Deus, quando
entramos em oração e confrontamos a nossa vida com a sua vida, e ouvimos o que Ele tem para nos dizer, temos de nos questionar. A sua vida tem de abanar as nossas motivações e motores. Ou então não vivemos aquilo em que dizemos acreditar…
3) O Deus das pequenas coisas. Começa por isso mesmo, por pequenas coisas. Hoje vou fazer algum gesto pelo qual sei que não vou ser reconhecido.
Um donativo anónimo. Fazer com que outro seja reconhecido. Fazer um gesto bom por alguém que nunca venha a saber que eu o fiz. Praticar o “não
reconhecimento”. A simplicidade. O ser pequenino. Com a certeza profunda que o ser pequenino nos conduz ao Pai…

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