O nosso Deus é um Deus que nos toca e que podemos tocar

“Sião dizia: «Javé abandonou-me, o Senhor esqueceu-me!»  Mas pode a mãe esquecer-se do seu filhinho, pode ela deixar de ter amor pelo filho das suas entranhas? Ainda que ela se esqueça, Eu não Me esquecerei de ti.  Eis que Eu te gravei nas palmas das minhas mãos; as tuas muralhas estão sempre diante de Mim.”
Is. 49, 8-16

“Javé é fiel às suas palavras, amoroso em todas as suas obras. Javé ampara todos os que caem e endireita todos os encurvados. Em Ti esperam os olhos de todos, e no devido tempo Tu lhes dás o alimento. Abres a mão, e sacias à vontade todo o ser vivo. Javé é justo em todos os seus caminhos, e fiel em todas as suas obras. Ele está perto de todos aqueles que O invocam, de todos os que O invocam sinceramente. Ele realiza o desejo dos que O temem, ouve os seus gritos e salva-os.”
Sl. 144

“Eu não me esquecerei de Ti” Penso que isto é uma mensagem que deveria estar tatuada na nossa pele, mas daquelas tatuagens que já não existe maneira de apagar.  De facto, a clareza com que Deus nos diz isto através de Isaías é tão grande que eu não entendo como posso viver tantas vezes tão distante desta realidade. No entanto a prática da minha vida é um sinal de que não acredito que isto possa ser possível, que Ele me possa amar dessa forma conhecendo aquilo que sou, a maneira como vivo. O salmo explica-nos que a gratuidade do amor de Deus vai muito para além das nossa quedas porque nesses momentos de escuridão é quando Ele está mais perto, amparando e endireitando. É como se Ele se inclinasse ainda mais para nós quando o sentimos mais longe, quando nos sentimos mais perdidos.

Que o nosso Deus é um Deus próximo não o podemos negar – fez-se como nós em Jesus; na sua Palavra são inúmeros os momentos em que o diz; às vezes experimento-o no coração ( – Ele não pode deixar de estar perto); outras vezes faço ato de fé e acredito com o auxilio da inteligência e da sensibilidade humana – um deus que apenas nos amasse quando cumprimos, quando somos bons, quando estamos do seu lado seria um deus á nossa medida e isso era pobre e trágico.

Nós não conseguimos experimentar o amor de Deus continuamente mas Ele diz que nos tem tatuados na palma da sua mão. Penso que necessitamos de ter esta experiência. Como obtê-la? Pedi-la? Racionalizá-la? Penso que confiar é a atitude certa.  Daquilo que conhecemos de Deus o que nos leva a acreditar que Ele nos ama, mesmo nos momentos em que me afasto, em que não o sinto, em que faço aquilo que não quero e não me ajudaria?

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