“O que de verdade importa?”

“Repassar os dias do ano que passou pode ser feito ou como uma recordação dos fatos e acontecimentos que levam a momentos de alegria e de dor, ou procurando compreender se percebemos a presença de Deus que tudo renova e ampara com sua ajuda. Somos interpelados a verificar se os acontecimentos do mundo se realizaram segundo a vontade de Deus ou se demos ouvidos prevalentemente aos projetos dos homens, quase sempre repletos de interesses privados, de uma insaciável sede de poder e da violência gratuita”.O Papa reiterou que hoje, no entanto, “os nossos olhos têm necessidade de focalizar de modo particular os sinais que Deus nos concedeu, para tocar com nossas mãos a força de seu amor misericordioso”, recordando a “violência, morte e sofrimentos inenarráveis de inocentes, refugiados obrigados a deixar seus países, homens, mulheres e crianças sem residência estável, alimento e sustento”, que mancharam muitos dias. Mas também recordou os sinais de amor: “Quantos gestos de bondade, de amor e de solidariedade preencheram os dias deste ano, mesmo se não foram manchete nos noticiários! As coisas boas não são notícia. Quantos sinais de amor não podem e não devem ser obscurecidos pela prepotência do mal. O bem vence sempre, embora em alguns momentos possa parecer frágil e velado”.
Aos habitantes da Cidade Eterna, o Bispo de Roma lançou um apelo a superarem “as dificuldades do momento presente. Que o compromisso para recuperar os valores fundamentais de serviço, honestidade e solidariedade permita resolver as graves incertezas que dominaram o cenário deste ano e que são sintomas da escassa dedicação ao bem comum”, pedindo “que nunca falte a contribuição positiva do testemunho cristão para consentir a Roma, segundo a sua história, e com a materna intercessão de Maria Salus Populi Romani, de ser intérprete privilegiada de fé, de acolhimento, fraternidade e paz”.

Mensagem “Te Deum” do Papa Francisco dia 31 de Dezembro 2015, Rádio Vaticano


Neste inicio de 2016 gostava de propor para a oração deste dia que iniciássemos um movimento de procura dentro de nós da nossa razão de ser e de existir – todos temos um papel no mundo e a todos Deus chamou à vida para realizar uma missão – descobri-la é uma tarefa essencial para sermos felizes e para tornarmos o nosso mundo numa casa para todos como nos fala o Papa na sua encíclica.
O que vivemos faz-nos sentido? Acredito no que vivo?
Vivo de acordo com o que acredito? Saboreio esse facto, mesmo que contenha dificuldades?
Quais os pilares da minha vida? Para mim, o que de verdade importa?

Encontrar respostas para estas questões é vital para nós (a vida é tão curta, tão precária, muda num instante, que interessa aproveitá-la bem!) e é essencial para o mundo (há tantos irmãos nossos que nesse tempo tão curto, sofrem tanto!)
O que vemos viver à nossa volta, pelo mundo fora? O que provoca em nós? Assusta-nos? Desanima-nos? Compromete-nos?

Hoje, aqui, a História da Salvação continua! Há mais de 2 mil anos alguns dos protagonistas foram João Baptista, Maria, Jesus – cada um foi fiel ao Amor de um modo diferente, “ao seu jeito”, nas suas circunstâncias, a partir das suas convicções e possibilidades. A fidelidade de cada um “à sua verdade” e ao Amor, foram condição de plenitude de vida para eles e de Vida para muitos, com transcendência até aos nossos dias.

“Rezamos com um olho no mundo…para ver o mundo como Deus o vê…para chegarmos a compreender aquilo que realmente nos é pedido, aqui e agora, no nosso tempo…O compromisso com as necessidades do mundo é sinal da presença de Deus em nós.”
J. Chittister.

Raquel e Quim Palma, Casal Missionário FMVD

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