«O sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado»”

“Passava Jesus através das searas num dia de sábado e os discípulos, enquanto caminhavam, começaram a apanhar espigas. Disseram-Lhe então os fariseus: «Vê como eles fazem ao sábado o que não é permitido».
Respondeu-lhes Jesus: «Nunca lestes o que fez David, quando teve necessidade e sentiu fome, ele e os seus companheiros? Entrou na casa de Deus, no tempo do sumo sacerdote Abiatar, e comeu dos pães da proposição, que só os sacerdotes podiam comer, e também os deu aos companheiros». E acrescentou: «O sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado. Por isso, o Filho do homem é também Senhor do sábado».
Evangelho segundo S. Marcos 2,23-28


Que é o que está permitido? O que é a fé para mim?

A nossa experiência de fé, leva-nos a viver de outra maneira, a olhar, a ouvir de outra maneira.
Nestes dias li uma frase de John D. Rockefeller: “Não tenhas medo de renunciar ao bom para procurar o melhor (grandioso, queria esta palavra mas não sei se é correta)”. A vida é um desafio. Um desafio que nos convida continuamente a escolher o bom, o melhor. Esse é o desafio que Jesus lança aos fariseus. Eles estão preocupados pelas leis, pelas coisas a fazer, mas eles ainda não tem comprendido a grandeza da vida de cada pessoa. A grandeza da sua propria vida.

Jesus afirma: «O sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado». É indispensável que estas palavras fiquem no nosso coração como uma verdade. Uma verdade que nos leve a olhar ao refugiado, ao sim abrigo, ao mais frágil, ao mais pequeno com o valor que tem a sua vida. Precisamos compreender o sentido da dignidade humana.

Disse o Papa Francisco: «Uma Europa que não é capaz de se abrir à dimensão transcendente da vida, é uma Europa que corre o risco de perder lentamente a própria alma, e também aquele “espírito humanista” que, todavia, ama e defende… O ser humano corre o risco de ser reduzido a uma mera engrenagem de um mecanismo que o trata como um simples bem de consumo para ser utilizado, que modo que – lamentavelmente o percebemos com frequência -, quando a vida já não serve para esse mecanismo, é descartada sem muitos reparos, como no caso dos doentes terminais, dos idosos abandonados e sem atenções, ou das crianças assassinadas antes de nascer… Que dignidade é possível sem um enquadramento jurídico claro, que limite o domínio da força e faça prevalecer a lei sobre a tirania do poder?… Ao dirigir-me hoje a vós, a partir da minha vocação de pastor, desejo enviar a todos os cidadãos europeus uma mensagem de esperança e de alento. Uma mensagem de esperança baseada da confiança de que as dificuldades podem converter-se em fortes promotoras de unidade, para vencer todos os medos que a Europa – juntamente com todo o mundo – está a atravessar. Esperança no Senhor, que transforma o mal em bem e a morte em vida.»
Discurso do Papa no Parlamento Europeu novembro de 2011

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