Ó se hoje nos olhássemos uns aos outros assim…

“Certo homem importante perguntou a Jesus: “Bom Mestre, que tenho de fazer para ter a vida eterna?” “Porque me chamas bom?”, respondeu Jesus. “Não há ninguém que seja bom, a não ser Deus. Conheces os mandamentos: ‘Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não darás falso testemunho, honra teu pai e tua mãe’.”
Lucas 18, 18-20

Esta leitura é muito conhecida, mas hoje gostava que olhássemos apenas a palavra ‘bom’.

No outro dia, a caminho do trabalho, como que por inspiração divina lembrei-me destas palavras: “Bom Mestre” e a resposta de Jesus “Porque me chamas bom?”… Sempre foram palavras estranhas para mim. Primeiro porque Jesus não responde logo à pergunta, em vez disso centra-se num pequeno detalhe, como aquelas pessoas que nos corrigem a gramática, em vez de responder à nossa pergunta. Segundo porque Jesus parece não aceitar o facto que lhe chamem ‘bom’. Falsa modéstia? Não me parece…

Aquilo que percebo agora é que Jesus me quer fazer perceber o que é ‘bom’ nesta vida… quem é ‘bom’. Não como nos filmes em que há os ‘bons’ e os ‘maus’ da fita, mas algo muito mais profundo. Talvez algo que tenha a ver com o ‘bom’ do Génesis, em que “Deus viu que o que tinha criado era bom, muito bom” (Gn 1,31)

A beleza, a “perfeição”, a inteligência, a força… tudo o que são os nossos parâmetros de ‘bom’ fica bem aquém do que é ‘bom’ para Deus. Já vi muito por este mundo fora, que me fez pensar e rezar e dar graças porque Deus é bom e porque tudo o que Ele criou é ‘bom’. As pessoas, as pessoas!…

Ó se hoje nos olhássemos uns aos outros assim: ‘bom!’.

 

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