«O Senhor ouve os pobres e não despreza os cativos»

Senhor, no próximo Domingo celebramos a Páscoa! Esta Quaresma foi um caminho de libertação interior…? Fui juntando ao longo destas semanas “riqueza” ao invés de maior “simplicidade”, “disponibilidade”, “autenticidade”, …? Uma coisa é certa: o Senhor quer encontrar-se com cada um de nós no ponto em que estamos. Comecemos a oração com esta certeza, sem culpabilizações.


O Salmo de hoje (Salmo 68) é um convite a entregarmo-nos nas mãos do Senhor, a aprendermos a confiar e a encontrar na sua presença a nossa força e sustento! Só Deus basta.
Pela vossa grande misericórdia, no tempo da graça, atendei-me, Senhor.
Por Vós tenho suportado afrontas, cobrindo-se meu rosto de confusão.
Tornei-me um estranho para os meus irmãos, um desconhecido para a minha família.
Devorou-me o zelo da vossa casa e recaíram sobre mim os insultos contra Vós.
O insulto despedaçou-me o coração e eu desfaleço.
Esperei por compaixão e não apareceu, nem encontrei quem me consolasse.
Misturaram-me fel na comida e deram-me vinagre a beber.
Louvarei com cânticos o nome de Deus e em acção de graças O glorificarei.
Vós, humildes, olhai e alegrai-vos, buscai o Senhor e o vosso coração se reanimará.
O Senhor ouve os pobres e não despreza os cativos.


A vida é feita de “altos e baixos”… Podemos questionar-nos sobre este facto, estudar as inúmeras teorias sobre o tema, colocar Deus mais ou menos nesta equação sem resposta. O ser humano adulto experimenta vários estados que assolam o seu espírito.
Viver esta “sinusoide” que é a vida, SEMPRE na presença de Deus, é o convite que Jesus nos faz através do seu testemunho. Porque se é na dificuldade que Deus se revela também é Ele que nos ajuda a compreender e desfrutar dos momentos “altos”, a encontrar a verdadeira alegria e nos capacita a guardar os mesmos momentos no nosso coração.
Uma coisa é certa: vivamos sempre na humildade! A humildade é o que nos possibilita manter Deus por perto. Com alguma facilidade caímos em estados de auto-suficiência, soberba, arrogância para com os que nos rodeiam e também para com Deus.
“Ter menos” ajuda-nos a valorizar “o essencial”…
A poucos dias da Páscoa, o que é para ti, de facto, essencial na vida?
A Páscoa marca “um fim” na vida humana de Jesus mas, complementarmente, também justifica “o fim”, o propósito da sua existência! Ainda que envolto de mistério, existem traços que vamos intuindo sobre os seus propósitos de vida… Deixemo-nos tocar por estas características de Jesus e façamos delas as nossas MARCAS DE VIDA.


Deixemo-nos consumir como “vela acesa” que ilumina! Confiemos que é “dando que se recebe”… Compreendamos que Jesus não entregou a sua vida apenas na cruz mas entregou-a TODOS OS DIAS da sua vida! É, sobretudo, no silêncio, no invisível que o Senhor atua. A Páscoa surge na minha vida quando o Senhor me abarca completamente e assim, experimentamos verdadeiramente que “Só Deus me basta!”: Vivamos em Páscoa autêntica!

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