“Os amigos do noivo podem estar de luto quando ele está com eles?”

Olá Senhor! No vai e não vai de sentir que tenho e quero estar Contigo, que bom finalmente ter-me decido a fazê-lo! Tantas vezes só precisamos deste momento de decisão interior para estar na Tua presença, para nos abrirmos ao Teu amor que depois encarregas -Te do resto…


Hoje, em Igreja, somos convidados a rezar com o Evangelho de S. Mateus 9,14-15:
Naquele tempo, os discípulos de João aproximaram-se de Jesus e perguntaram: “Por que razão nós e os fariseus praticamos jejuns, mas os teus discípulos não?” Disse-lhes Jesus: “Por acaso, os amigos do noivo podem estar de luto enquanto o noivo está com eles? Dias virão em que o noivo será tirado do meio deles. Então, sim, eles jejuarão”.


Este texto convida-nos a viver intensamente na presença de Jesus. Um viver na presença de alguém supõe ir para lá do simples conviver, estar e conhecer. Temos de querer descobrir, de querer mesmo conhecer essa pessoa, de estar disponíveis para dar e para receber! E isso tem que ver muito com a intencionalidade com que o fazemos. Por isso, ajudava-me responder à pergunta: com que intencionalidade procuro viver na presença do Senhor? Dou-me conta que é importante esta intencionalidade? E de que forma a tenho presente com aqueles que me estão mais próximos? Na família, com os amigos, no trabalho,…
Os discípulos de João apresentam o argumento de que fazem jejum e os discípulos de Jesus não. A pergunta é pertinente, até para nós hoje. Fala-nos do jejum (que muitas vezes associamos a renúncia interior e/ou exterior, algo que nos faça sofrer, abdicar). E no entanto o jejum é um processo de purificação essencialmente interior que se reflete posteriormente no exterior da pessoa. Supõe um exercício de humildade e de conversão a partir de um amor que nos enche e cura as nossas feridas, as nossas vulnerabilidades, as nossas imperfeições, … Que jejum me convida o Senhor a viver nesta Quaresma?
A pergunta colocada pelos discípulos de João faz subentender que os discípulos de Jesus são uns privilegiados. E de facto são. São privilegiados por poderem estar próximos de Jesus, mas não como algo que os faça ser mais ou melhores que os outros, os faça ser imunes a certos acontecimentos e problemas na vida. Jesus ao responder “Por acaso, os amigos do noivo podem estar de luto enquanto o noivo está com eles?”, fala dos discípulos, como aqueles que desfrutam da alegria da Sua presença. Uma alegria que lhes permitiu mais tarde acompanhar a paixão e depois continuar… Jesus convida-nos também a desfrutar dessa alegria hoje! Não se trata de uma alegria qualquer e sim de uma que nos faça viver bem os momentos mais fortes e marcantes, mas também os normais e aqueles em que parece estarmos a marcar passo. Uma alegria enraizada n’Ele que nos permita viver com esperança, com sentido, para sermos os homens e as mulheres de que o mundo precisa hoje! E como conseguias Jesus, viver com uma alegria que contagiava outros? Com certeza o contexto também era adverso, tal como nos dias de hoje… E eu, com que alegria estou a viver?


Peço-Te, Jesus, que me contagies e ajudes a desfrutar do privilégio que é viver na Tua presença, no espaço e no tempo em que me é dado a viver. Por isso, hoje quero começar por agradecer…

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