Pai Nosso

“Sucedeu que Jesus estava algures a orar. Quando acabou, disse-lhe um dos seus discípulos: «Senhor, ensina-nos a orar, como João também ensinou os seus discípulos.» Disse-lhes Ele: «Quando orardes, dizei: Pai, santificado seja o teu nome; venha o teu Reino; dá-nos o nosso pão de cada dia; perdoa os nossos pecados, pois também nós perdoamos a todo aquele que nos ofende; e não nos deixes cair em tentação.» «Digo-vos, pois: Pedi e ser-vos-á dado; procurai e achareis; batei e abrir-se-vos-á; porque todo aquele que pede, recebe; quem procura, encontra, e ao que bate, abrir-se-á. (…) o Pai do Céu dará o Espírito Santo àqueles que lho pedem!»
Lucas 11 – O Pai-Nosso (Mt 6,9-13)


Gosto muito de rezar esta leitura. Cada linha do Pai Nosso é uma oração em si. E que nunca se esgota.

“Pai” – repito e tenho de reler interiormente a palavra várias vezes para me dar conta que estou a entrar numa conversa com alguém que me ama como seu filho. Que me quis. Que permanece sempre a meu lado. Que me quer irracionalmente, sem medida e deseja o melhor para mim. Tomo consciência/desfruto/deixo-me encaixar lentamente que Jesus descobriu isto e vivia toda sua vida a partir de aqui? E de que é na presença do mesmo Pai que eu me encontro?

“Santificado seja o teu nome” – que a Tua pessoa, a minha relação contigo seja o mais importante de tudo na minha vida. Que eu Te ame de volta. Me enterneça.

“Venha o teu Reino”
– não aquele que vem da minha lógica, das minhas regras ou da minha razão. E nem da justiça. Deixo que o meu coração se torne permeável a centrar no Amor?

“Dá-nos o pão nosso de cada dia” – pedir o alimento, a força, o estar atento às situações do dia e como me posiciono perante elas e como sou convidado a vivê-las sem estar sozinho.
Depois entra o convite à lógica do perdão. Que não é a mesma lógica de perdoar na medida em que eu perdoou (e ainda bem!), como muitas vezes o entendi. Pedir que nos perdoe, pedindo ao mesmo tempo a vontade e capacidade de saber perdoar, entender e nos libertar da dor e do sentido de razão que (achamos) ter direito. É um convite a nos libertarmos de nós perante os outros e perante nós próprios para acolher o Reino. Hoje já pedi Perdão?

“Não nos deixes cair em tentação” – peço para não me deixar sair do meu caminho, daquilo a que me chama e convida a viver. E Jesus, deixa-nos a oração que faz com uma Confiança de que sempre tem resposta. E nós também a teremos sempre. Como me coloco hoje perante o meu dia? Com vontade de me comprometer e entregar em mais um dia de caminho com o Pai? E peço-lhe esse dom (seja para ter luz, resposta, iniciativa, criatividade de Amor, etc)? Quero colocar-me como quem pede, não o dom da facilidade e “magia”, mas o da transformação do meu coração (Espirito Santo) que me leva à Paz/Alegria e constrói o meu caminho de Fé?

Obrigado Jesus. Obrigado Pai.

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