Pediu-me o pouco que trago

Nas peregrinações que tenho feito à Terra Santa, há um lugar que me toca sempre profundamente: o Tabgha (onde Jesus multiplicou os pães e os peixes, para alimentar a multidão).
Nestes dias, tenho rezado esta passagem (Jo 6, 8-13): «Outro discípulo, André, irmão de Simão, disse: “Está aqui um rapazinho com cinco pães de cevada e dois peixes. Mas o que é isso para tanta gente” E Jesus mandou o povo sentar-se.»


Sabemos que, depois de abençoar o pouco que Lhe apresentaram, toda a gente comeu e ainda sobraram doze cestos com os restos.
André achava pouco aquela quantidade de comida para tanta gente…mas mesmo assim, apresentou-a a Jesus.
Também eu, sinto muitas vezes que tenho pouca coisa, poucos dons, poucas capacidades, pouca vontade, pouco tempo,… mas sei que Deus quer que eu não me recuse a apresentar-Lhe o pouco que tenho: cinco minutos e dois segundos, para parar e ouvir alguém que tem algo para contar e não tem quem lhe preste atenção; cinco euros e dois cêntimos, para ajudar quem hoje ainda não teve nada para comer; cinco dias da semana e dois de fim de semana, para gerir as minhas tarefas de modo a ter tempo para o que é essencial! Se eu entregar a Jesus o “pouco” que tenho, os meus “cinco pães e dois peixes”, Ele os fará render e produzirá com eles, frutos abundantes! Mas precisa que eu seja capaz de oferecer este “pouco” que eu tenho, ou que eu sou! Sem esta minha entrega, o milagre não poderá operar-se. E o mundo estará mais pobre.
Há ao meu redor uma multidão a precisar de alimento… para o corpo, mas também para a alma. Quem sou eu, pergunto-me, para acorrer a tantas necessidades? Quem sou eu para mudar as mentalidades? Que capacidades tenho eu para conseguir tornar o mundo melhor? Poucas, tenho muito pouco…
No entanto, dei-me conta que Jesus olhou para mim e me pediu o pouco que trago!

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