Bom dia, Amigo Jesus! Que bom que é estarmos aqui!
Agora que as férias acabaram e um novo ano se começa a delinear, venho pedir a tua opinião sobre a minha vida, sobre o rumo que devo tomar, nas pequenas e grandes decisões.

E a tua opinião sobre a minha vida está hoje no Evangelho de São Lucas (6, 43-49):
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Não há árvore boa que dê mau fruto, nem árvore má que dê bom fruto. Cada árvore conhece-se pelo seu fruto: não se colhem figos dos espinheiros, nem se apanham uvas das sarças. O homem bom, do bom tesouro do seu coração tira o bem; e o homem mau, da sua maldade tira o mal; pois a boca fala do que transborda do coração. Porque Me chamais ‘Senhor! Senhor!’, mas não fazeis o que vos digo? Vou mostrar-vos a quem se assemelha todo aquele que vem ter comigo, ouve as minhas palavras e as põe em prática. É semelhante a um homem, que, para construir a casa, escavou, aprofundou e assentou os alicerces sobre a rocha. Quando veio uma cheia, a torrente irrompeu contra aquela casa, mas não a pôde abalar, porque estava bem construída. Mas aquele que ouve as minhas palavras e não as põe em prática é semelhante a um homem que construiu a casa sobre a terra, sem alicerces. A torrente irrompeu contra aquela casa, que imediatamente desabou; e foi grande a sua ruína».

«Porque Me chamais ‘Senhor! Senhor!’, mas não fazeis o que vos digo?»
Esta é a grande questão que Jesus coloca hoje a cada um de nós.
De facto, porque será que, sendo cristãos (que o somos), tentando rezar (que o tentamos), tendo uma comunidade de fé (que a temos), conhecendo a Boa Nova de Jesus (que a conhecemos ou vamos conhecendo), porque será que, com tudo isto, tantas vezes não fazemos, na nossa vida, o que Jesus nos propõe?
Porque nos será tão difícil, nas grandes opções da vida e também nos detalhes de cada dia, amar-nos uns aos outros como Jesus nos amou?… Pois é disso que se trata. Amar. Perdoar. Desejar o bem do outro. Não só desejá-lo mas contribuir activamente para ele. A ponto de dar a vida, de a ir dando… Como Jesus…
Diria que esta dificuldade de fazer o que Jesus diz tem duas causas principais: O egoísmo e a falta de fé. É-nos muito difícil sair de nós para ir ao encontro do outro. É-nos pouco natural «dar a vida», «morrer» para o nosso interesse individual – apesar de em última análise, ser isso que nos fará ser mais felizes. Mas custa-nos a acreditar nisso. Custa-nos a acreditar que Jesus nos diz a verdade quando afirma «Digo-vos isto para que a minha alegria esteja em vós e a vossa alegria seja completa». E no entanto se olharmos com atenção para a nossa história, podemos confirmar que tem razão!

«Porque Me chamais ‘Senhor! Senhor!’, mas não fazeis o que vos digo?» – Hoje vou deixar que esta pergunta de Jesus ecoe durante o dia. Não para me «pôr para baixo», mas para me «pôr para cima», para me levar a cumprir-me como pessoa e a ser plenamente feliz! Que assim seja!