“Amai os vossos inimigos”

“Ouvistes o que foi dito: Olho por olho e dente por dente. Eu, porém, digo-vos: Não oponhais resistência ao mau. Mas, se alguém te bater na face direita, oferece-lhe também a outra. Se alguém quiser litigar contigo para te tirar a túnica, dá-lhe também a capa. E se alguém te obrigar a acompanhá-lo durante uma milha, caminha com ele duas. Dá a quem te pede e não voltes as costas a quem te pedir emprestado.» «Ouvistes o que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, digo-vos: Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem. Fazendo assim, tornar-vos-eis filhos do vosso Pai que está no Céu, pois Ele faz com que o Solse levante sobre os bons e os maus e faz cair a chuva sobre os justos e os pecadores. Porque, se amais os que vos amam, que recompensa haveis de ter? Não fazem já isso os cobradores de impostos? E, se saudais somente os vossos irmãos, que fazeis de extraordinário? Não o fazem também os pagãos? Portanto, sede perfeitos como é perfeito o vosso Pai celeste.»”
Mt 5, 39-48

Há já alguns anos, era eu animadora de jovens de 17 anos, falou-se nos nossos encontros sobre “Compromisso”. Um dos jovens do meu grupo, estava no 12 º ano, e escolheu o tema “Compromisso” para tema de um trabalho que tinha que fazer para a escola.

Passados uns quase 20 anos, hoje tenho 42, e deparo-me com a questão do compromisso. Até onde estamos dispostos a ir para manter um compromisso que fizemos com outra pessoa? Mesmo quando uma série de premissas se alteram, estamos dispostos a manter o compromisso? Qual o valor do nosso compromisso? Qual o objectivo final?

Cada um de nós muda com o tempo. Não podemos esperar que a nossa visão do mundo seja estática. Vivemos muitas experiências ao longo da vida, conhecemos muitas pessoas e a nossa visão do mundo está em constante mutação.

Mas há valores que diríamos “imutáveis”: o Amor, a Paz… ia escrever o Perdão. Mas nos últimos tempos mesmo a ideia de Perdão mudou na minha cabeça. Há experiências de vida que nos fazem mudar a visão que temos do mundo. O perdão de Deus é universal. E nós homens até onde temos capacidade de perdoar? Como vou perdoar a alguém que me magoou e que está consciente disso e que eu sei que poderá magoar-me outra vez, pois a sua acção era evitável e não está arrependida? Mais difícil é se com essa pessoa temos um compromisso. Como vamos manter um compromisso com alguém a quem não conseguimos perdoar?

Deus pede-nos para sermos perfeitos como o Pai celeste é perfeito…

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