“Nascemos, nascemos, nascemos.”

Quantos anos, quantos dias, quantas vezes, terás que nascer, Jesus, de novo, para que a nossa vida mude?

Quantos “renasceres” experimentamos ao longo da nossa vida em que não reconhecemos a Tua presença, Senhor?

Quantos momentos de solidão, de angústia, de preocupação, em que uma mão amiga, um olhar de esperança, uma mudança de atitude, nos ajudaram a passar para outro patamar e, contudo, nós não te reconhecemos nesse momento?

De onde nos vem a força para voltar atrás (se fôr preciso), para continuar em frente em momentos difíceis, de indecisão?

Será que só reparamos que nasces na noite de Natal?

Não, sabemos que nascemos as vezes que forem precisas porque há Alguém que nos sustenta e recria continuamente!

Talvez não paremos vezes suficientes para Te reconhecermos e agradecermos, mas sabemos que só Tu podes recriar-nos as vezes que tiver que ser… e que bom sabermos, então, que não é preciso esperar pela noite de Natal para te vermos nascer, de novo, em cada um de nós!

“Enganam-se os que pensam que só nascemos uma vez. 
Para quem quiser ver, a vida está cheia de nascimentos. 
(…) 
Nascemos quando nos descobrimos amados e capazes de amar. 
Nascemos no entusiasmo do riso e na noite de algumas lágrimas. 
Nascemos na prece e no dom. 
Nascemos no perdão e no confronto. 
Nascemos em silêncio ou iluminados por uma palavra. 
Nascemos na tarefa e na partilha. 
Nascemos nos gestos ou para lá dos gestos. 
Nascemos dentro de nós e no coração de Deus.

O que Jesus nos diz é: “Também tu podes nascer”,
pois nós nascemos, nascemos, nascemos.”

José Tolentino Mendonça (adaptado)

 

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