“Se vós soubésseis o que significa: “Quero misericórdia e não holocaustos”, não teríeis condenado inocentes.”

“Por aquele tempo, em dia de sábado, passou Jesus pelas searas. Ora, estando os seus discípulos com fome, entraram a colher espigas e a comer. Os fariseus, porém, vendo isso, disseram-lhe: “Eis que os teus discípulos fazem o que não é lícito fazer em dia de sábado”.  Mas, se vós soubésseis o que significa: “Quero misericórdia e não holocaustos”, não teríeis condenado inocentes.
Mt 12, 1-2.7
 
No mundo tão secularizado como o nosso, mesmo os países que se dizem Cristãos vivem muitas vezes na sombra de não saber em que acreditar ou para quê acreditar. O que é ser cristão ouvia alguém perguntar no outro dia: Será apenas uma série de regras a cumprir? Porque será que tantas vezes no dia a dia nos dizem que ter fé é aborrecido ou é chato? Parece que todos nós levamos o nosso tempo a comprénder que Deus vem para que tenhamos vida e a tenhamos em abundancia,  que vem para que a nossa alegria seja completa,  que vem para oferecer-nos um caminho, mas mais ainda que um caminho, unico igual para todos… é uma pessoa.  Uma pessoa que nos conhece muito bem, melhor do que pensamos. 
 
Mas nós o que esperamos de Deus? No início do evangelho de S. João, quando Jesus dá conta de dois discípulos o seguem, Ele volta para trás e pergunta-lhes: “Que buscais?” (Jo 1,38) ou numa outra tradução: “Que quereis?” É engraçado como aqui Jesus nos faz esta pergunta que à primeira vista parece estranha, mas que é tão essencial. Porque se conseguirmos responder ao que mais procuramos na vida, facilmente nos daremos conta que foi exactamente isso que Jesus viveu, que é exactamente isso que queremos.
 
Mas muitas vezes somos enganados por aquilo que parece ser o que procuramos. Dizia um famoso autor que cada vez que um homem bate à porta de um bordel, no fundo, no fundo, está à procura de Deus e não de uma prostituta. 
 
Assim é muitas vezes a nossa vida: procuramos muitas coisas fora quando aquilo que precisamos está bem perto: na palavra de Deus, na nossa família, etc. Oxalá possamos identificar na nossa vida aquilo que é apenas sinal do que o nosso coração de verdade precisa.

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