Jesus, hoje é a véspera de Natal! Esperámos tanto por este dia!
O tempo passou depressa, e sei que o dia de hoje também vai passar acelerado… Que eu não te perca no meio das compras que estão por fazer ou do que tenho que cozinhar, limpar ou preparar… Que ao longo deste dia eu sinta que Te estou a preparar um lugar.

Escuto o evangelho que vai ser lido esta noite, na vigília de Natal:
“O nascimento de Jesus deu-se do seguinte modo: Maria, sua Mãe, noiva de José, antes de terem vivido em comum, encontrara-se grávida por virtude do Espírito Santo. Mas José, seu esposo, que era justo e não queria difamá-la, resolveu repudiá-la em segredo. Tinha ele assim pensado, quando lhe apareceu num sonho o Anjo do Senhor, que lhe disse: «José, filho de David, não temas receber Maria, tua esposa, pois o que nela se gerou é fruto do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho e tu pôr-Lhe-ás o nome de Jesus, porque Ele salvará o povo dos seus pecados». Tudo isto aconteceu para se cumprir o que o Senhor anunciara por meio do Profeta, que diz: «A Virgem conceberá e dará à luz um Filho, que será chamado ‘Emanuel’, que quer dizer ‘Deus connosco’». Quando despertou do sono, José fez como o Anjo do Senhor lhe ordenara e recebeu sua esposa.”
Mt 1,18-25

Jesus, às vezes escuto estas palavras e parece que já as conheço… Já sei como acaba a história… Já sei…
Mas hoje algo tocou o meu coração.
Primeiro, a figura de José, este homem que quase passa desapercebido em todos os evangelhos, mas que hoje brilha aqui pela sua humildade, pela sua grande fé. Tu José também foste visitado, também recebeste a tua Anunciação. E também tiveste de fazer um acto de fé e confiança em Deus, no Espírito Santo. Sem essa tua nobreza e grandeza de coração, não sei se Jesus poderia nascer…
E depois, a grande boa nova, a grande notícia que nós cristãos já domesticamos, mas que não deixa nunca de ser um grande escândalo: Tu Jesus, sendo Deus, quiseste ser homem! Tu nasceste, como qualquer um de nós, do ventre de uma mulher! Tu és descendente de gente normal, alguns deles até gente muito imperfeita! E quando celebramos Natal, o que celebramos é isso mesmo! Tu não és um Deus extra-terrestre, pelo contrário, Tu és um Deus muito humano, muito terrestre. No teu nascimento assumes totalmente a condição humana, e não rejeitas nada daquilo que somos. Não tens medo da vulnerabilidade. Não tens medo de ser pequeno.

Jesus, dá-nos a graça de compreender e acolher esta Tua forma de nascer e de ser… Que eu não reduza este Natal a um jantar especial de família, e a uns presentes que se trocam, mas que eu mesma me torne presente para os outros, como Tu te fizeste para nós o melhor de todos os presentes.
Que assim seja Natal.