«Que podemos fazer por esta senhora?»

Domingo, o calor convida ao descanso e a poder ter mais tempo para estar contigo, Senhor. Quero pedir por tantas pessoas que levo no coração… quero pedir que cada um de nós possa sentir o teu acolhimento e ser capaz assim de acolher os outros.


E as tuas palavras chegam no Segundo Livro dos Reis 4, 8-16:
Certo dia, o profeta Eliseu passou por Sunam. Vivia lá uma distinta senhora, que o convidou com insistência a comer em sua casa. A partir de então, sempre que por ali passava, era em sua casa que ia tomar a refeição. A senhora disse ao marido: «Estou convencida de que este homem, que passa frequentemente pela nossa casa, é um santo homem de Deus. Mandemos-lhe fazer no terraço um pequeno quarto com paredes de tijolo, com uma cama, uma mesa, uma cadeira e uma lâmpada. Quando ele vier a nossa casa, poderá lá ficar». Um dia, chegou Eliseu e recolheu-se ao quarto para descansar. Depois perguntou ao seu servo Giezi: «Que podemos fazer por esta senhora?». Giezi respondeu: «Na verdade, ela não tem filhos e o seu marido é de idade avançada». «Chama-a» – disse Eliseu. O servo foi chamá-la e ela apareceu à porta. Disse-lhe o profeta: «No próximo ano, por esta época, terás um filho nos braços».


Eliseu foi um profeta em Israel e teve uma capacidade imensa de agradecimento e reconhecimento por aquilo que aquela senhora fez. Ela conquistou a sua amizade ao convidá-lo para comer na sua casa. Até que um dia achou por bem fazer um quarto no terraço, colocar lá uma cama, uma mesa, uma cadeira e uma lâmpada para acolher o profeta. Esta senhora teve uma generosidade enorme e acolheu o profeta com cuidado, dedicação e interesse.
Quando o profeta chegou, aceitou o presente e recolheu-se para descansar. Mas não só… perguntou o que podia fazer por aquela senhora. O seu empregado disse-lhe por outras palavras que eventualmente ela ficaria viúva cedo, já que o seu marido era idoso. Como não tenha filhos ela acabaria numa situação precária. Então na sua capacidade de profeta prometeu àquela mulher um filho.
É uma história enternecedora… que nos convida a muita coisa:
– primeiro que tudo convida-nos a acolher aqueles que passam ao nosso lado! Será que somos acolhedores, atentos com aqueles que cruzam a nossa vida? Talvez não possamos dar-lhes uma casa mas quantos gestos de acolhimento podemos ter? Uma escuta, um olhar, um tempo livre, umas palavras de empatia, uma ajuda…
– e segundo, convida-nos a agradecer e reconhecer aquilo que outros fazem por nós sem que isso seja a sua obrigação. Será que agradeces tantos gestos que fazem da tua vida aquilo que ela é? A comida na mesa, uma casa limpa, os medicamentos, a companhia às refeições, este Pera aí, o teu trabalho, a senhora do supermercado?


Pois é, Senhor, faz-me acolhedora, agradecida e reconhecida por tanto que posso dar e por tanto que recebo cada dia… não me deixes ficar encerrada nas minhas lamentações e resmunguices…

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