Rezo porquê?

“Recomendo, pois, antes de tudo, que se façam preces, orações, súplicas e acções de graças por todos os homens, pelos reis e por todos os que estão constituídos em autoridade, a fim de que levemos uma vida serena e tranquila, com toda a piedade e dignidade. Isto é bom e agradável diante de Deus, nosso Salvador, 4que quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade. Pois, há um só Deus, e um só mediador entre Deus e os homens, um homem: Cristo Jesus, que se entregou a si mesmo como resgate por todos. Tal é o testemunho dado para os tempos estabelecidos. 7Foi para isto que fui constituído arauto e apóstolo – digo a verdade, não minto – mestre das nações, na fé e na verdade. 8Quero, pois, que os homens orem em todo o lugar, erguendo as mãos puras, sem ira nem altercação.
1 Tm 2, 1-8

Esta carta de Paulo penso que continua actual nos dias de hoje, se não vejamos…
Começa por fazer um pedido a Timóteo para que este olhe à sua volta e peça por todos os homens, em especial aqueles que têm autoridade, para levem uma vida serena e agradável, com toda a piedade e dignidade. Mas porque refere Paulo isto de entrada? Talvez porque a serenidade, delicadeza, piedade e dignidade implique muito destas orações, súplicas e acções de graças. Atendendo ao momento actual pode não ser fácil, mas talvez nos leve a sair de nós e quem sabe encontrar caminhos no dia a dia. Talvez nos faça cada vez mais partir da realidade e não tanto apenas daquilo que particularmente me preocupa, que sendo importante pode ser em alguns momentos redutor. Como acompanho a realidade que me rodeia?
O conhecimento da verdade implica estar mergulhado na realidade. Hoje em dia, esta mesma realidade tem-se tornado complicada, com excesso de informação que dependendo de onde chega se pode tornar ambígua. Mesmo assim, posso escolher viver, pegar pela positiva… Mas que significa isto Senhor? Talvez seja a oportunidade de nos centrarmos no essencial. Um essencial que pela abundância e o facilitismo tantas vezes nos pode afastar da verdade. Vale a sinceridade, vale a justificação… E os valores e os princípios, onde estão? Talvez seja mais uma oportunidade que a vida nos dá, que o Senhor nos proporciona de viver na verdade! Como procuro distinguir o essencial do acessório no meu dia a dia?
Este texto fala-nos ainda de um Jesus que se entregou por nós, terminando com um convite de Paulo à oração em todo o lugar, próprio de quem está convicto do que diz… Vou-me apercebendo também que o caminho passa por uma oração transformadora. É um momento, que com o tempo, nos coloca na verdade, dá-nos objectividade ao identificar os factos reais do que é emoção e sentimento, alarga-nos o campo da visão, dá-nos horizonte, dá-nos esperança,… mas o mais importante, ajuda-nos a conhecer a imagem de Deus, através do seu Filho, Jesus. Rezo porquê? Como aproveito estes momentos? Que local escolho? A regularidade é a que preciso, a que posso ou a que consigo? Enquanto procuro respostas, que tal aproveitar desde já o dia… saborear o mesmo… Agradecer o facto de acordar, ter um local para dormir, ter algo para comer, ter pessoas que me querem,…

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