«Se os milagres que em ti se realizaram tivessem sido feitos em Sodoma, ela ainda hoje existiria»

Querido Jesus: Como estás? Como te sentes?
Neste mundo há tanta gente triste e sem sentido… Tantas mortes resultantes do incêndio no Pedrogão, antes disso em Londres, em Manchester, no Afeganistão, na Síria… Tantas situações de ditadura e violência. Ao mesmo tempo, há pessoas que estão felizes e repletas de esperança mesmo que a vida não lhes corra bem. Que hoje possa parar para estar contigo. Ensina-me a procurar o silêncio e a solidão para poder aprender a tomar consciência da tua presença.


Hoje estás presente para mim no Evangelho de São Mateus, 11, 20-24:
Jesus começou então a censurar as cidades onde tinha realizado a maior parte dos seus milagres, por não se terem convertido: «Ai de ti, Corozaim! Ai de ti, Betsaida! Porque, se os milagres realizados entre vós, tivessem sido feitos em Tiro e em Sídon, de há muito se teriam convertido, vestindo-se de saco e com cinza. Aliás, digo-vos Eu: No dia do juízo, haverá mais tolerância para Tiro e Sídon do que para vós. E tu, Cafarnaúm, julgas que serás exaltada até ao céu? Serás precipitada no abismo. Porque, se os milagres que em ti se realizaram tivessem sido feitos em Sodoma, ela ainda hoje existiria. Aliás, digo-vos Eu: No dia do juízo, haverá mais tolerância para os de Sodoma do que para ti.»


Quando li esta leitura pensei que seria difícil de orar. Jesus nunca quis julgar nem condenar ninguém e, entretanto, surge esta leitura? Às vezes, é bom que haja leituras que nos façam dialogar mais a fundo com Jesus. Seguir a Deus supõe, também, sofrimento e dificuldade.
O que sentiu Jesus naquele momento?
Jesus nem sempre se terá sentido feliz, com entusiasmo, coragem e força.
Depois do que tinha feito, não ter havido grandes conversões (transformações)? Parece normal que Jesus se entristecesse e censurasse as cidades.
Porquê as cidades e não as pessoas? Perguntemos a Jesus…
O desejo de Jesus de que as pessoas se convertessem era infinito. Poderia ter feito outros milagres (não tão discretos) para as levar à conversão, mas a única possibilidade para Ele foi o amor. O amor deixa livres os amados… Não significa que seja fácil “deixar ir” ao perceber quanta infelicidade, insatisfação, ansiedade e peso pode daí advir. Que duro deve ter sido para Jesus, sobretudo porque ama com tanta intensidade.
Será que percebo que estar longe de Deus significa precipitar-me para um abismo?
Significa deixar aberta uma carência infinita que não pode ser preenchida por nada nem ninguém? No entanto, quando oro, que alegria! Aperceber-me da presença de Deus, do modo como sou amada e desafiada a amar também; uma esperança no impossível.
Procuro realmente permanecer em Deus?
Peço ajuda à comunidade quando não consigo sozinha?


Obrigada, Senhor, por esta leitura.
Que milagres queres que veja, hoje, em mim, nos outros e na natureza que me rodeia? Mostra-me como os posso saborear e agradecer.
Obrigada porque os teus milagres são incontáveis…
Obrigada porque me recebes sempre seja qual for a circunstância.

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