Se te magoarem, continua amando

“A pessoa que mais te odeia, tem algo de bom nela; mesmo a nação que mais odeia, tem algo de bom nela; mesmo a raça que mais odeia, tem algo de bom nela. E, quando chegas ao ponto de fixar o rosto de cada ser humano e, bem no fundo dele, vês o que a religião chama a “imagem de Deus”, começas, não obstante tudo, a amá-lo. Não importa o que faça, lá vês a imagem de Deus. Há um elemento de bondade de que nunca te poderás livrar. […] Outra forma de amares o teu inimigo é esta: quando surge a oportunidade de derrotares o teu inimigo, aquele é o momento em que deves decidir não o fazer. […] Quando te elevas ao nível do amor, da sua grande beleza e poder, a única coisa que procuras derrotar são os sistemas malignos. Às pessoas que cairam na armadilha deste sistema, tu ama-las, mas procuras derrotar o sistema. […] Ódio por ódio só intensifica a existência do ódio e do mal do universo. Se eu te bato e tu me bates. E eu te devolvo a pancada e tu me devolves a pancada, e assim por diante… obviamente continua-se até ao infinito; simplesmente nunca termina. Em algum ponto, alguém deve ter um pouco de bom senso, e esta é a pessoa forte. A pessoa forte é aquela que pode quebrar a cadeia do ódio, a cadeia do mal. […] Alguém deve ter bastante fé e moralidade para quebrar e injetar dentro da própria estrutura do universo o elemento forte e poderoso do amor.”
Martinh Luther King in A Alegria do Amor, Papa Francisco


Bom dia, Pai. Esta semana comecei a ler a segunda exortação apostólica do papa Francisco, “A Alegria do Amor”, e deparei-me com este trecho de Martin Luther King. Veio mesmo a calhar!!
Tenho estado a viver momentos difíceis no meu trabalho, onde vivi uma situação de profunda injustiça, e o que me apetecia era retribuir na mesma moeda, era fazer com que o outro pagasse. Mas tu, por obra e graça do Espírito Santo, puseste-me diante deste texto e fizeste-me ver que estava a ser muito pequenino, mesquinho. Acolheste-me, na minha raiva e na minha profunda sensação de injustiça, mas convidaste-me a ser forte. A não responder na mesma moeda. Lembraste-me que o primeiro que ficaria a perder seria eu. Que o meu coração ficaria um pouco mais escuro, e que todos à minha volta iriam sofrer por isso.
Convidaste-me a voltar a ser, de novo, um veículo do Teu amor. A lutar para acabar com a injustiça mas a amar os injustos. E voltei de novo a ter o coração alegre, apesar de ainda estar ferido pela injustiça. Voltei a olhar o mundo com alegria e a ter forças para amar, para construir algo de bom com a minha vida.
Ajuda-me Pai a ter, na minha vida, nas situações em que sou ferido, capacidade de me anichar no teu colo, no colo da minha mulher, da minha família, dos amigos, da comunidade, e saber recuperar forças, para continuar a amar. Só Tu é que me podes dar capacidade para permancer no amor. De outra forma, as minhas forças rapidamente se acabam e passarei a responder na mesma moeda, olho por olho, dente por dente.
Obrigado, por este momento de oração tão bom, que me soube tão bem. Obrigado por me convidares a algo tão grande e tão maravilhoso.

Boa oração

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