Sementes ao ar

Naquele dia, Jesus saiu de casa, e foi sentar-Se na margem do mar da Galileia. Numerosas multidões reuniram-se em volta d’Ele. Por isso, Jesus entrou numa barca e sentou-Se, enquanto a multidão ficava de pé na praia. E Jesus falou-lhes de muitas coisas em parábolas: «O semeador saiu para semear. Enquanto semeava, algumas sementes caíram à beira do caminho, e os passarinhos foram e comeram-nas. Outras sementes caíram em terreno pedregoso, onde não havia muita terra. As sementes logo brotaram, porque a terra não era profunda. Porém, quando o sol se levantou, queimou as plantas e elas secaram, porque não tinham raiz. Outras sementes caíram no meio dos espinhos e os espinhos cresceram e sufocaram as plantas. Outras sementes, porém, caíram em terra boa, e renderam cem, sessenta e trinta frutos por um.
Mt 13, 4-8
 
 
Esta  parábola do semeador pode ser meditada na perspectiva da terra que acolhe a semente ou desde o semeador.
Hoje queria propor a meditação desde a perspectiva do semeador. Este vê que a semente vai cair numa terra que não é boa e perguntava – me porque é que Jesus propõe isto . Jesus era um profundo conhecedor dos costumes e das praticas da sua terra – não proporia uma imagem que não tivesse visto ou praticado: de facto ás vezes o semeador lança a semente ao ar enquanto caminha para conseguir lançar a uma maior extensão de terreno. Sabe que alguma não dará fruto pois vai atingir terreno mau.
Penso que nós também temos de procurar alcançar com a semente a todo o tipo de pessoas e de situações. Não podemos julgar a capacidade do terreno pelo seu aspecto mais ou menos pedregoso (a aparência, a história, o contexto, etc.). Por um lado, a semente (que pode ser a Palavra) e a natureza (que é Deus) faz a sua parte (uma grande parte). Por outro, o terreno que agora não é favorável pode noutro momento ser mais receptivo – nós somos assim, precisamos de muitas sementes de Deus ao longo da nossa vida. Esta atitude do semeador de lançar a semente e seguir  também significa que devemos fazer o anuncio do Reino e deixar que Deus seja Deus – que a interacção da semente com a terra seja obra de Deus.
           

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