Sempre em obras

“Palavra que o SENHOR dirigiu a Jeremias, nestes termos: «Vai, desce à casa do oleiro, e ali escutarás a minha palavra.» Fui, então, à casa do oleiro, e encontrei-o a trabalhar ao torno. Quando o vaso que estava a modelar não lhe saía bem, retomava o barro com as mãos e fazia outro, como bem lhe parecia. Então, foi-me dirigida a palavra do SENHOR, dizendo: «Casa de Israel, não poderei fazer de vós o que faz este oleiro? Como o barro nas suas mãos, assim sois vós nas minhas, casa de Israel.”
Je 18, 1-6

Sempre em obras, a construir uma versão melhor

Neste arranque de ano letivo, convidei os meus alunos a pensarem no seu “lema do ano”. Deveria relacionar-se com o tema “trans_forma-te” e ser uma ideia forte e inspiradora. Procurando também responder ao desafio lançado, e após o esboço de algumas hipóteses, cheguei a este “sempre em obras, a construir uma versão melhor”.

O ano começou há pouco tempo, mas sinto a presença do cansaço. Físico, pelo que exige a vida que escolhemos viver, mas também outro, que teima em sobressair, quando desanimamos ou nos sentimos pouco acolhidos. Experimento-o em mim e vejo-o estampado em alguns rostos do meu(s) dia(s).

A propósito deste “lema do ano”, pedi ao Senhor o dom de me aceitar inacabado, de procurar viver bem as minhas insatisfações, de me ver na Sua casa, nas Suas mãos: ser mais descansado.

Não poderá, hoje, o Senhor fazer de mim o que faz o oleiro?

Retomo uma oração de petição que tenho vivido desde o retiro: peço ao Senhor o dom da confiança, de viver confiante, de viver confiado.

Ainda ontem celebrámos em casa uma grande conquista: a minha filha mais nova aprendeu a atar os ténis. Foi uma luta de algum tempo, com resistência devido aos insucessos repetidos. Quando o conseguiu, disse repetidamente, com uma alegria incontida, “eu já sei atar os ténis”. Foi possível este passo, porque a minha filha tem convivido com uma confiança que superou as suas inseguranças. Acredito que é assim que o Senhor sempre nos acompanha. Confiemos.

Deixo aqui alguns dos lemas dos meus alunos, que também me têm ajudado nestes dias: “veste o sol e despe a chuva”; “mudo as folhas mas não mudo as raízes”; “a igualdade é motivo de bondade”; “a amizade é um fio que nunca se parte”.

Que possam ser palavras feitas vida, no cansaço descansado para se chegar a uma versão melhor.

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