Senhor, estou disposto a nascer de novo?

“Naquele tempo, disse Jesus a Nicodemos: «Não te admires por Eu te haver dito que todos devem nascer de novo. O vento sopra onde quer: ouves a sua voz, mas não sabes donde vem nem para onde vai. Assim acontece com todo aquele que nasceu do Espírito». Nicodemos perguntou: «Como pode ser isso?» Jesus respondeu-lhe: «Tu és mestre em Israel e não sabes estas coisas? Em verdade, em verdade te digo: Nós falamos do que sabemos e damos testemunho do que vimos, mas vós não aceitais o nosso testemunho. Se vos disse coisas da terra e não acreditais, como haveis de acreditar, se vos disser coisas do Céu? Ninguém subiu ao Céu, senão Aquele que desceu do Céu: o Filho do homem. Assim como Moisés elevou a serpente no deserto, também o Filho do homem será elevado, para que todo aquele que acredita tenha n’Ele a vida eterna.”

Jo 3, 7b-15


Senhor, esta leitura questionava-me: “todos devem nascer de novo”, dizes. Nascer de novo para mim é sinónimo de querer mudar, de querer recomeçar de uma forma diferente. Estou disposto ou é mais confortável manter-me como estou? Mas também me dizes “tens a possibilidade de recomeçar… dou-te a possibilidade e força para que possas construir a tua vida de uma forma diferente.

“O vento sopra onde quer: ouves a sua voz, mas não sabes donde vem nem para onde vai. Assim acontece com todo aquele que nasceu do Espírito»
Dizes isto com uma ligeireza, Senhor! Como se fosse fácil! … sinto que sou tendencialmente controladora: procuro controlar o tempo, para não o desperdiçar naquilo que não interessa ou não é importante; procuro controlar as emoções para não me irritar com coisas mesquinhas; procuro controlar o trabalho, para que a desilusão não tome conta de mim… ensina-me, Senhor, a controlar menos e a viver mais! O que tenho de mudar para viver mais de acordo com o Teu Espirito? Para viver melhor a liberdade interior a que nos convidas, sabendo que o Teu Espirito sopra onde menos se espera e nos pode sugerir caminhos que não esperamos, ou que nem sabemos para onde nos levam?

Tantas vezes o meu diálogo com Deus é um pouco como o de Nicodemos: não entendo nada do que dizes… Senhor tu dizes a Nicodemos “és mestre e não sabes destas coisas”; às vezes sabemos muito mas na prática, o que vivemos? Dizes também que senão entendemos as coisas da terra como entenderemos as do céu? Será que estou aberta a um Deus que me ultrapassa, a uma realidade que ultrapassa o que conheço?

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