Testemunho

“Estes últimos tempos têm sido para mim de muita reflexão. O Senhor tem-me dado tanto amor! É incrivelmente bom aperceber-me de tudo o que tenho recebido d’Ele. Todo o resto é insignificante.
Aquilo que tenho que sacrificar é o menos importante. Muitas vezes coloco os olhos no céu e digo a Deus: Que o Teu reino se estabeleça e não o meu. Que a Tua vontade se faça e não a minha. Tu que estás acima de tudo, faz que todos possam ver-Te em mim. Alegro-me porque Deus quer servir-Se de mim para realizar a Sua obra!
Tudo aconteceu tão rápido… Foi em Agosto quando a minha assustadora doença deu sinais. Estava a caminhar com uma amiga e reparei que tinha um caroço no peito.
No início só pensava que seria o princípio do fim. Mas depois, com a força de Deus, tudo foi mais fácil. O acreditar que Deus existe e está sempre junto dos Seus filhos, nos momentos bons e maus da vida, como diz o Salmo 23: “O Senhor é meu pastor, nada me falta. E ainda que eu atravesse o vale mais tenebroso nada temerei, porque o Senhor está comigo.”
E foi a isto que eu me agarrei.
Antes de ir para o Hospital e durante a minha passagem por lá orei muito e enquanto rezava sentia-me muito mais tranquila. Diziam-me que transparecia no meu rosto uma paz enorme e eu sentia-a! Era como se nada estivesse a acontecer. Sentia que o Espírito Santo estava ali junto a mim a dar-me força. E só assim é que eu tenho conseguido ultrapassar todos os obstáculos.
Por vezes Deus serve-Se destas coisas para nos unir mais. Não só a Ele, como aos outros. E eu tenho sentido muito isso. Isto tem-me ajudado a sentir-me muito mais unida à família e aos amigos. Agora estou muito mais tolerante que anteriormente. A vida tem mais valor do que eu imaginava!
Enquanto tudo me acontecia, pensava muitas vezes e dizia: Deus é Pai como eu sou mãe. E se eu dou tudo de bom aos meus filhos, Ele também não me há-se abandonar. Quando ia aos tratamentos e aos exames, ficava muito nervosa e então ocorriam-me perguntas para as quais eu não encontrava resposta. Perguntava-me a mim própria porque isto tinha que acontecer-me, a mim? Mas ao mesmo tempo, algo me dizia: “Tem calma, não te precipites. Tudo vai correr bem. Eu também sofri por todos. E agora estou aqui para ajudar os que sofrem na terra.”
E era assim que eu queria deixar uma mensagem para todos:
Quero pedir-vos que vivam com muita fé e muita esperança, porque o importante é dar mais valor a estas pequenas coisas que nos vão acontecendo. Só quando passamos por uma situação desta natureza ficamos mais sensíveis e podemos entender que o mais importante é vivermos o dia-a-dia, dando e recebendo amor”


A Gabi partiu há menos de um mês. Ontem, encontrei este seu testemunho, dado pouco
tempo depois da sua primeira operação.
Escrevi-o enquanto ela falava, no meio de lágrimas de emoção e hoje volto a lê-lo e a partilhá-lo da mesma maneira.
Que mensagem forte pode ser para nós nesta quaresma.
“Quero pedir-vos que vivam este tempo com muita fé e esperança, porque o mais importante é dar valor as pequenas coisas que nos vão acontecendo.”
“Alegro-me porque Deus quer servir-se de mim para realizar a sua obra!!”
E eu? A quem me agarro nos momentos difíceis da vida??

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