Dá-me criatividade para romper com a minha rotina, e ser capaz de um olhar que cura

Olá Jesus. Obrigada por estares aqui comigo. Sim, é muito bom saber que estás comigo, e não só saber, mas saboreá-lo. Obrigada por essa tua presença que não passa. E ainda que neste instante me sinta invadida de preocupações e temores… Tu estás… E nada, mas mesmo nada, me poderá separar de Ti, do Teu amor. Saborear isto é a melhor forma de começar este dia.


O evangelho de hoje é Lc 13, 10-17:

Naquele tempo, estava Jesus a ensinar ao sábado numa sinagoga. Apareceu lá uma mulher com um espírito que a tornava enferma havia dezoito anos; andava curvada e não podia de modo algum endireitar-se. Ao vê-la, Jesus chamou-a e disse-lhe: «Mulher, estás livre da tua enfermidade»; e impôs-lhe as mãos. Ela endireitou-se logo e começou a dar glória a Deus. Mas o chefe da sinagoga, indignado por Jesus ter feito uma cura ao sábado, tomou a palavra e disse à multidão: «Há seis dias para trabalhar. Portanto, vinde curar-vos nesses dias e não no dia de sábado». O Senhor respondeu: «Hipócritas! Não solta cada um de vós do estábulo o seu boi ou o seu jumento ao sábado, para o levar a beber? E esta mulher, filha de Abraão, que Satanás prendeu há dezoito anos, não devia libertar-se desse jugo no dia de sábado?». Enquanto Jesus assim falava, todos os seus adversários ficaram envergonhados e a multidão alegrava-se com todas as maravilhas que Ele realizava.


Jesus, olho para Ti, para a Tua maneira de ser e de estar e fico saciada. Tu eras um homem inteiro. Eras livre. Tinhas plena consciência do que é que realmente importa na vida. Tu amavas de verdade, e sabias que é mais fácil obedecer a uma lei do que amar.

Esta mulher vivia encurvada há dezoito anos, porque a vida às vezes pesa. E pesa tanto que nos sentimos encurvar sobre o seu peso… À medida que nos vamos encurvando, o nosso campo de visão vai diminuindo, ficamos limitados… Sentimo‑nos com menos forças para enfrentar a vida, para sair de nós próprios, para oferecer-nos aos outros assim como somos… E até queríamos ser capazes disso, mas necessitamos ser salvos… Necessitamos ser tocados, ser curados, ser olhados por alguém com carinho, com esperança.

Hoje, há distância de dois mil anos, sentimos de imediato uma repulsa frente à atitude dos fariseus… Parece-nos demasiado legalista… Mas não será que por vezes nos comportamos um pouco como eles? É tão fácil ficarmos presos à regra, às rotinas, e não amar… É tão fácil dizermos que não temos tempo, ou que não é o tempo, e não amar… é tão fácil rejeitar os outros porque estão curvados e não ver a oportunidade para amar e desamarrar…


Jesus, contagia-me essa Tua ousadia. Dá-me olhos para ver os encurvados que se estão a cruzar comigo neste preciso momento. Dá-me criatividade para romper com a minha rotina, e ser capaz de um gesto inesperado, gratuito, de uma olhar que cura, de um toque que devolva ao outro força para se endireitar…

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