Bom dia, Senhor!
Bom Ano Novo, querido Pai!
Sim, hoje, dia 1 de Janeiro, sinto necessidade de Te desejar a Ti também um Bom Ano Novo. Talvez porque sinta, como alguém outro dia me dizia, que esperamos um ano novo melhor mas que o ano novo espera também que nós, homens, sejamos melhores.
Talvez porque sinta que para que o ano 2017 seja mesmo melhor precisas da nossa verdadeira vontade de Te proporcionar dias felizes ao longo deste ano que hoje começa.
Por isso, Senhor, hoje peço-Te vontade, de Contemplação, de Oração, de Acção, para que possas, através de cada um de nós, renovar a face da terra.
A tua Palavra de hoje está no evangelho de S.Lucas:
“Naquele tempo, os pastores dirigiram-se apressadamente para Belém e encontraram Maria, José e o Menino deitado na manjedoura. Quando O viram, começaram a contar o que lhes tinham anunciado sobre aquele Menino. E todos os que ouviam admiravam-se do que os pastores diziam. Maria conservava todos estes acontecimentos, meditando-os em seu coração. Os pastores regressaram, glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham ouvido e visto, como lhes tinha sido anunciado. Quando se completaram os oito dias para o Menino ser circuncidado, deram-Lhe o nome de Jesus, indicado pelo anjo, antes de ter sido concebido no seio materno”
Lc 2,16-21
Hoje não é apenas o primeiro dia ano. Hoje é também o dia de Santa Maria, mãe de Deus.
E, por isso, quando rezo este Evangelho, centro-me essencialmente em Maria.
E quando a vejo ali, naquele estábulo, vejo toda a sua história, a história que a levou até àquele momento. Todos os medos e dificuldades que ultrapassou; todos os sins que foi capaz de dizer e todos os passos de confiança que teve coragem de dar; toda a perspectiva de profundidade e sentido que soube dar à sua vida…
Olho para a minha história, aquela que também me fez estar hoje aqui, neste tempo e espaço, nestas circunstâncias concretas. Consigo contemplar, avaliar, agradecer, transformar, recomeçar, se caso disso for? Este é o primeiro convite que nos faço hoje – para que possamos começar este ano situados em quem somos e no que queremos de verdade viver. Como Maria…
O outro convite que gostaria de nos fazer tem também a ver com a postura de Maria na vida e perante tudo aquilo que a rodeava: Maria vivia numa permanente atitude de contemplação: Maria conservava todos estes acontecimentos, meditando-os em seu coração. Que hoje possamos aprofundar o que é que isto significa? Como podemos viver assim, neste estilo em que aquilo que vivemos não nos passa ao lado, pela correria em que andamos? Em que somos capazes de reconhecer e identificar os sinais do que vivemos e assim capazes de agir em conformidade, não nos sentindo “perdidos”? Em que somos capazes de parar, a cada momento, e de nos situar onde estamos, ainda que, como Maria, não vejamos muito…? Como?
Mãe Maria, quero muito agradecer a tua vida. O teu Sim de uma vida inteira. Porque ilumina a minha vida e ajuda-me a dar passos de confiança, mesmo nos momentos de maior escuridão. Porque me ensina a riqueza da profundidade, o valor de viver com sentido, com silêncio e em “slow motion”.
Ajuda-nos a querer seguir-te e a iniciar este novo ano pela tua mão…