Bom dia, Pai.
Peço-Te a graça de me sentir na Tua presença. Ensina-me a escutar-Te com todo o meu coração e com a minha mente, para que Tu possas continuar a Tua obra em mim.
Hoje vens até mim pelo Evangelho segundo S. Marcos:
«Naquele tempo, Jesus saiu de novo para a beira-mar. A multidão veio ao seu encontro, e Ele começou a ensinar a todos. Ao passar, viu Levi, filho de Alfeu, sentado no posto de cobrança, e disse-lhe: «Segue-me». Ele levantou-se e seguiu Jesus. Encontrando-Se Jesus à mesa em casa de Levi, muitos publicanos e pecadores estavam também a mesa com Jesus e os seus discípulos, pois eram muitos os que O seguiam. Os escribas do partido dos fariseus, ao verem-n’O comer com os pecadores e os publicanos, diziam aos discípulos: «Por que motivo é que Ele come com publicanos e pecadores?». Jesus ouviu e respondeu-lhes: «Não são os que têm saúde que precisam do médico, mas os que estão doentes. Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores».
Mc 2, 13-17
Jesus, por mais que Te escute e Te vá conhecendo, impressiona-me sempre esse Teu olhar, as Tuas palavras, a Tua forma de estar, de conversar, de viver, de sorrir, de Te relacionares com cada pessoa à Tua volta. A força e a verdade que brotam de Ti são de tal ordem libertadoras que Levi foi completamente cativado, inundado pela paz que lhe transmitiste naqueles instantes com o Teu olhar, a Tua força de viver e uma simples (mas não tão simples assim) palavra: “segue-Me”. Levi estava ali, sentado no posto de cobrança — digamos que, nem bem nem mal, na sua vidinha, querido por poucos, odiado por muitos, talvez naquela rotina dos dias que não passam ou passam depressa demais e a sentir que pouco ou nada pode mudar, nas circunstâncias, em si, nos outros… Mas Tu, Jesus, vens, e tornas a vir todos os dias, e logo reorientas o nosso leme, a nossa perspetiva, as nossas forças, as nossas prioridades. O Teu “segue-Me” não é uma ordem, também não é uma súplica. Continuas a dirigir o Teu olhar sobre cada um de nós e, com toda a liberdade nos chamas a seguir-Te. Chamas pela Tua vida, não Te impões, e bem sabes as tantas vezes que Te respondo “sim sim, já vou”, mas que não sou fiel.
Senhor, será que me deixo mesmo cativar por Ti? Deixo que Tu fales à minha vida ou antes “ponho na Tua boca” as respostas que quero ouvir?
Por outro lado, continuas a desafiar as nossas medidas de amor para com todos e também connosco. Mostras-nos que vieste para todos nós, sem exceção, pois só em Ti nos completamos e nos libertamos verdadeiramente. Será que vivo alicerçado neste amor universal, consciente de que Tu vieste para todos, e dele dou testemunho?
Jesus, que eu me deixe cativar mais e mais por Ti. Faz-me viver atenta a tudo quanto me rodeia, pois Tu também estás aí, e não cansas de me sussurrar “Segue-Me”! Que possa descobrir o Teu imenso amor por cada um dos Teus filhos e dar-me inteiramente a cada pessoa que cruza a minha vida, sem meias medidas e sem juízos de valor.