Bom dia, Jesus. Obrigado por desejar este momento contigo. Por vezes o desejo está mais abafado, mas sei que o tenho e por isso aqui estou. Ajuda-me a descobrir na tua Palavra o auxílio de que preciso para aquilo que estou a viver.
Hoje é quinta-feira, da 11º semana do tempo comum – não é um dos tempos fortes da nossa liturgia. Mas isso é bom. É um tempo normal na maratona que no fundo é a nossa vida. Por isso a leitura faz-nos um convite a uma vida coerente com aquilo que somos e com aquilo que vivemos.
Leitura do Evangelho de S. Mateus, capitulo 6, 1 a 18:
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Tende cuidado em não praticar as vossas boas obras diante dos homens, para serdes vistos por eles. Aliás, não tereis nenhuma recompensa do vosso Pai que está nos Céus. Assim, quando deres esmola, não toques a trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas, nas sinagogas e nas ruas, para serem louvados pelos homens. Em verdade vos digo: já receberam a sua recompensa. Quando deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita, para que a tua esmola fique em segredo; e teu Pai, que vê o que está oculto, te dará a recompensa. Quando rezardes, não sejais como os hipócritas, porque eles gostam de orar de pé, nas sinagogas e nas esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo: já receberam a sua recompensa. Tu, porém, quando rezares, entra no teu quarto, fecha a porta e ora a teu Pai em segredo; e teu Pai, que vê o que está oculto, te dará a recompensa. Quando jejuardes, não tomeis um ar sombrio, como os hipócritas, que desfiguram o rosto, para mostrarem aos homens que jejuam. Em verdade vos digo: já receberam a sua recompensa. Tu, porém, quando jejuares, perfuma a cabeça e lava o rosto, para que os homens não percebam que jejuas, mas apenas o teu Pai, que está presente no que é oculto; e teu Pai, que vê o que está oculto, te dará a recompensa».
A leitura de hoje é uma chamada de atenção à humildade de sermos quem somos. Não a falsa humildade de não mostrar um trabalho que está bem feito, mas a humildade de seres quem tu és. Esta leitura pode suscitar em nós a pergunta sobre as razões pelas quais fazemos as coisas. Porque fazemos aquilo que fazemos?
Jesus faz-nos um convite a fazer as coisas pelo seu valor. Não para obter pena ou reconhecimento. Não para manter ou criar uma imagem de algo que nos parece melhor do que aquilo que somos. Não para procurar que digam e pensem bem de nós. Nós temos valor por aquilo que somos, não por aquilo que fazemos ou pela imagem que damos. Por outro lado, mostrar qualquer imagem diferente daquilo que somos nunca poderá agradar a todos e dá um trabalho enorme – como costuma dizer uma amiga …
Somos diferentes e a diferença é sempre boa porque é a realidade. Por exemplo, eu e a minha mulher somos muito diferentes quando vamos a uma cerimónia. Um vai para a frente e o outro para trás. Uma coisa é melhor que a outra? Penso que não. Um prefere os primeiros bancos para aproveitar a celebração e participar melhor. O outro escolhe os últimos para estar mais discreto porque isso o ajuda a concentrar-se. Qual é a nossa intenção ao fazer isso? A intenção é que é o importante. Não se trata de agora em diante já não procurar os primeiros lugares na igreja, evitar os lugares de liderança, não rezar em pé ou não dar esmola se alguém estiver a ver… O que importa é que recompensa esperamos. A recompensa que o Senhor nos oferece: paz, alegria, confiança, esperança, desejo e vontade? Ou a recompensa do reconhecimento, dos melhores lugares, de estar destacado, etc?
Senhor, ajuda-nos hoje a desejar a tua recompensa – a paz, a alegria, a confiança e a esperança.