«Acautelai-vos dos falsos profetas»

Hoje comecemos do seguinte modo: onde quer que estejas, pára e olha à tua volta! Procura a presença do Senhor. Encontra-o numa árvore, no outro, na céu, no calor do sol, no horizonte, … Procura a presença do Senhor em ti, no teu íntimo!
“Procurar algo” pressupõe “estar atento” e este é um exercício importante a fazer nos dias de hoje onde somos bombardeados com tantas distracções quase interruptamente!
É na certeza de que “o Senhor está” que começamos esta oração!


A leitura de hoje é a de Mateus (7, 15–20):
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Acautelai-vos dos falsos profetas, que andam vestidos de ovelhas, mas por dentro são lobos ferozes. Pelos frutos os conhecereis. Poderão colher-se uvas dos espinheiros ou figos dos cardos? Assim, toda a árvore boa dá bons frutos e toda a árvore má dá maus frutos. Uma árvore boa não pode dar maus frutos, nem uma árvore má dar bons frutos. Toda a árvore que não dá bom fruto é cortada e lançada ao fogo. Portanto, pelos frutos os conhecereis»


O Senhor convida-me a estar atento e a reconhecer os bons frutos…
É a Ele que escuto verdadeiramente? É a Ele que presto atenção? Quanto tempo já lhe dediquei hoje comparativamente com os “falsos profetas” que experimento seguir? Quais são eles?
Esta leitura transporta-me para uma ideia que me acompanha há já alguns anos e que levo no coração para trabalhar na minha vida: “a maior das tentações é o mal sempre revestido de bem”.
De facto, muitas vezes deixamo-nos enganar pelo exterior…
Procurar o autêntico é entrar no íntimo!
Tal como no tempo de Jesus, também hoje vivemos um tempo que privilegia a aparência, as mensagens apelativas, em que mais importante que o ser é o parecer. O ser humano inverteu esta lógica há já muito tempo na esperança de encontrar o reconhecimento nos que o rodeiam em vez de desejar profundamente viver a sua vida na intimidade com Deus. De facto, em última análise, e como termina Sta Teresa de Calcultá numa oração sua, a verdade: “é que tudo se passa entre mim e Deus”.
Corremos o risco de vivermos num “rebanho social”, comportando-nos como verdadeiros lobos uns para com os outros. Os frutos desta atitude tão inumana são noticiados constantemente, deixando-nos de coração apertado com tamanhas atrocidades e até mesmo aos cristãos confusos, desorientados… Relativamente a estes episódios sinistros, os meus filhos perguntam-me: “Pai, porque é que, se são adultos, fazem estas asneiras grandes?” A resposta que encontro para eles e para mim é que “todos, pequenos e grandes (mas sobretudo estes últimos…) necessitamos mais de conhecer Jesus e de sermos mais amigos como Ele foi nosso amigo”…
Mas não fiquemos pelos “tons cinzentos” do que se passa na nossa história contemporânea… Olhemos lá para fora, ergamos os olhos ao céu, descubramos os frutos bons que o Senhor nos confia! São infindáveis!
Temos tantos homens, mulheres, mais novos e mais velhos, que são capazes de, na sua simplicidade, de forma anónima, deixar a marca do amor de Deus no Mundo!


Senhor, desejemos verdadeiramente ser autênticos nas nossas vidas. Vivamos neste mundo, neste tempo, sem ser do mundo, com a confiança que Tu habitas em cada um de nós!
A tua sabedoria dá-nos a capacidade de vislumbrar os bons frutos que existem e, deste modo, ficarmos com o coração cheio de esperança!
Ajuda-nos a ter um coração vulnerável ao amor!

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