Meu querido Deus, começo o dia por recordar uma frase de Santa Teresa de Lisieux- “ Cada pequena tarefa da vida quotidiana faz parte da harmonia total do universo”. Por isso te peço que ilumines o meu dia e que tudo o que viver hoje seja inspirado pela tua brisa suave e transformadora.
Hoje Jesus fala-nos com a parábola do administrador infiel em Lucas 16,1-8 :
Disse também aos discípulos: “Havia um homem rico que tinha um administrador; e este foi acusado perante ele de lhe dissipar os bens. Chamou-o e disse-lhe: Que é isto que ouço a teu respeito? Presta contas da tua administração, porque já não podes continuar a ser administrador. Disse de si para si o administrador: Que farei?, pois o meu senhor vai tirar-me a administração. Cavar não posso; de mendigar tenho vergonha… Já sei o que hei de fazer para que haja quem me receba em sua casa quando for desapossado da minha administração. E, chamando cada um dos devedores do seu senhor, disse ao primeiro: Quanto deves ao meu senhor? Ele respondeu: Cem talhas de azeite. Toma o teu recibo, retorquiu-lhe, senta-te depressa e escreve cinquenta. Disse depois ao outro: E tu, quanto deves? Este respondeu: Cem medidas de trigo. Toma o teu recibo, retorquiu-lhe, e escreve oitenta. O senhor elogiou o administrador desonesto por ter procedido prudentemente. É que os filhos deste mundo são mais sagazes que os filhos da luz, no trato com os seus semelhantes.”
Esta passagem ajuda-me a situar em relação ao mundo. De facto, nada do que temos é nosso, mas tudo pertence a Deus. Nem mesmo aquilo que sentimos como mais nosso, como os filhos, amigos e pais; está nas nossas mãos. E como é bom saber que há umas mãos maiores e muito mais acolhedoras e misericordiosas que cuidam de todas as pessoas deste mundo. Caminhar nesta confiança que somos amados e cuidados não nos faz baixar os braços, mas alarga o alcance dos nossos abraços. E podemos perguntar a nós mesmos o que administramos e como o fazemos? Com que critérios? O que fazemos do nosso dinheiro, dos nossos talentos e oportunidades? Quando este senhor da parábola pergunta –“Que é isto que ouço a teu respeito?”, podemos rezar também esta interpelação como se Jesus nos perguntasse: “De que modo o que escolhes viver, as tuas pequenas tarefas de todos os dias, reflectem a opção que vem de dentro do teu coração de quereres em tudo amar e servir? Não por dever, mas por aspirares às coisas do alto?”
Também como este administrador, nos vamos baralhar, arranjar soluções confusas, sair do teu caminho. Mas o que te pedimos é que comecemos por pequenos passos, pequenos compromissos e, para que aí, nos entreguemos de verdade e inteiramente e que permaneçamos fieis ao teu chamamento. Pedimos-te também o dom da interioridade, para irmos compreendendo a que nos chamas, e que passos escolhemos dar para nos mantermos fieis no pouco mas também no muito.
Obrigada meu Deus por nunca me teres dito que és a meta, mas sim que és o caminho, a verdade e a vida. E agradeço querer caminhar contigo.