Pai, sabes como aprecio a Natureza. Possa sempre a contemplação das maravilhas que criaste dirigir o meu olhar e o meu coração para ti.
A Palavra de Deus chega hoje pelo Livro da Sabedoria 13, 1-9:
«Todos os homens que vivem na ignorância de Deus são verdadeiramente insensatos, porque, pelos bens visíveis, não foram capazes de conhecer Aquele que é, nem reconheceram o Artífice, pela consideração das suas obras. Mas foi o fogo, o vento, o ar ligeiro, o ciclo dos astros, a água impetuosa ou os luzeiros do céu que eles tomaram como deuses e senhores do mundo. Se, fascinados pela beleza das coisas, as tomaram por deuses, reconheçam quanto é mais excelente o seu Senhor, pois foi o Autor da beleza que as criou. Se o que os impressionou foi a sua força e energia, compreendam quanto é mais poderoso Aquele que as fez. Porque a grandeza e a beleza das criaturas, conduzem, por analogia, à contemplação do seu Autor. Contudo, esses homens incorrem apenas em ligeira censura, porque talvez se extraviem, buscando a Deus e desejando encontrá-l’O: ocupados na investigação das suas obras, deixam-se seduzir pelas aparências, pois são belas as coisas que vêem. Mas nem esses têm desculpa: se conseguiram obter tanta ciência que podem examinar o mundo, como não encontraram mais depressa o Senhor do mundo?»
Os povos antigos, impressionados pela beleza ou pela força da Natureza, endeusaram os elementos e os astros: “o fogo, o vento, o ar ligeiro, o ciclo dos astros, a água impetuosa ou os luzeiros do céu”. Não foram capazes de ir mais longe e reconhecer que o criador de tantas maravilhas é o verdadeiro Deus. Não conseguiram passar do que é visível e imediatamente perceptível para a transcendência, para a existência de um Deus que é Pai e nos ama. Ele criou o Universo e criou o Homem com capacidade para influenciar a Criação. Estamos a fazê-lo bem, respeitamos e defendemos o que nos foi dado? Já pensámos onde podemos agir, que cuidados precisamos de ter para defender uma Natureza que parece que se vai tornando cada vez mais frágil? O Papa Francisco recomendou-nos na Carta Encíclica “Laudato Si” que cuidemos da casa comum, recordando o maravilhoso “Cântico das Criaturas” de São Francisco de Assis: “Louvado sejas, meu Senhor, pela nossa irmã, a mãe terra, que nos sustenta e governa e produz variados frutos com flores coloridas e verduras”. Procuremos ler todo o Cântico, que termina com as palavras “Louvai e bendizei a meu Senhor, e dai-lhe graças e servi-o com grande humildade”.
Pai, além de contemplar e agradecer a tua obra quero que ela me leve a ti e me ensine a agradecer os Dons que nos concedes em tantas maravilhas que criaste. Quero ir percebendo que cada ser é um Dom de Deus, que somos todos teus filhos e irmãos uns dos outros.