«A obrigação de orar sempre, sem desfalecer»

Que bom é estar Contigo, Senhor! Estarmos a sós para podermos conversar. Ensina-me a estar atenta à tua palavra, a ouvi-la com o coração. A contemplar e reparar naquilo que, normalmente, não vejo para poder ver melhor e mais fundo.


Hoje a tua palavra está no Evangelho de São Lucas, 18, 1-9:
Depois, disse-lhes uma parábola sobre a obrigação de orar sempre, sem desfalecer: «Em certa cidade, havia um juiz que não temia a Deus nem respeitava os homens. Naquela cidade vivia também uma viúva que ia ter com ele e lhe dizia: ‘Faz-me justiça contra o meu adversário.’ Durante muito tempo, o juiz recusou-se a atendê-la; mas, um dia, disse consigo: ‘Embora eu não tema a Deus nem respeite os homens, contudo, já que esta viúva me incomoda, vou fazer-lhe justiça, para que me deixe de vez e não volte a importunar-me.’» E o Senhor continuou: «Reparai no que diz este juiz iníquo. E Deus não fará justiça aos seus eleitos, que a Ele clamam dia e noite, e há-de fazê-los esperar? Eu vos digo que lhes vai fazer justiça prontamente. Mas, quando o Filho do Homem voltar, encontrará a fé sobre a terra?»


Jesus fala de obrigação (dever) de orar. Porque será? Talvez porque o tempo diário de oração tenha que começar por aí, como algo que desejamos, mas tendo consciência que encontrar algum tempo e espaço (dentro e fora de nós) para a oração nem sempre é fácil e linear.
Será que queremos que o nosso desejo se transforme em obrigação? Uma obrigação desejada e programada? Não significa que se tire a criatividade e a beleza do encontro, mas concretizar, de forma visível, a construção de uma união com Deus e com os outros. Ainda que essa união não dependa apenas de nós.
Perguntemos a Jesus:
– Será que é possível orar sempre, sem desfalecer?
– Como realizar uma oração para além daquele tempo marcado por nós? Temos tanto trabalho e ocupações.
– Como nos podemos abrir a Deus, em todo o quotidiano da vida?
Quantas vezes, da palavra da Bíblia ou de alguém, surge, em nós, uma nova maneira de pensar e, então, livremente começamos a sentir e agir de forma diferente. O próprio desejo de proximidade e intimidade com Deus pode ser uma oração… Quando procuramos amar, trabalhar, é uma oração… Saborear alguma coisa… Até mesmo a nossa fragilidade, limitações, falta de amor, podem ser uma oração, se nos deixarmos amar por Deus.
Gosto do facto desta viúva ter pedido justiça, durante muito tempo, sem perder a esperança. Será que peço ajuda?


Jesus, peço-te que nos ensines a cuidar da amizade contigo e mostra-nos como ir ao encontro dos outros. A perceber que não nos fazes esperar, mas, muitas vezes, não sabemos receber o teu amor e dons. Peço-te muito pelas pessoas que estão a sofrer muito devido aos incêndios (de todo o tipo) – que lhes dês a coragem e a motivação para fazerem o que precisam.

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