Olá, Jesus. Aqui estou, com os meus cansaços, as minhas teimosias, as minhas frustrações, os meus egoísmos… Mas também com a minha esperança, os meus talentos, a minha fé em ti e no poder transformador da tua Palavra. Obrigado por me olhares sempre com amor, por quereres sempre restituir-me valor, dignidade, vida… para mim e, através de mim, para tantos.
Faz-me dócil à escuta da tua Palavra.
Hoje escuto-te, amigo Jesus, no Evangelho de Mateus 13, 31-35:
Naquele tempo, Jesus disse ainda à multidão a seguinte parábola: «O reino dos Céus pode comparar-se ao grão de mostarda que um homem tomou e semeou no seu campo. Sendo a menor de todas as sementes, depois de crescer, é a maior de todas as hortaliças e torna-se árvore, de modo que as aves do céu vêm abrigar-se nos seus ramos». Disse-lhes outra parábola: «O reino dos Céus pode comparar-se ao fermento que uma mulher toma e mistura em três medidas de farinha, até ficar tudo levedado». Tudo isto disse Jesus em parábolas, e sem parábolas nada lhes dizia, a fim de se cumprir o que fora anunciado pelo profeta, que disse: «Abrirei a minha boca em parábolas, proclamarei verdades ocultas desde a criação do mundo».
Que me queres dizer, Jesus, com esta leitura que nos é tão familiar?
Falas-me de coisas pequenas, aparentemente insignificantes, ou até “desprezíveis” (o fermento era, para os judeus, sinónimo de impureza).
Falas-me da surpreendente abundância que pode brotar dessas coisas diminutas, como o grão de mostarda, ou com aparência de mal, como o fermento.
Que me queres dizer com isto, Jesus?
Talvez me queiras convidar a dar mais valor aos pequenos gestos do meu quotidiano, a tudo o que acontece no anonimato do meu dia a dia, àquilo que ninguém ou que poucos vêem… Àquilo que nunca seria notícia… As tarefas domésticas, a relação com a minha família, o desempenho das minhas funções no trabalho, a relação com os colegas… Valorizo-as suficientemente como oportunidades de construir o teu Reino (isto é o teu sonho de fraternidade e justiça para todos)? Estou disposto a “dar a vida” aí, no pequeno, no que ninguém vê ou aplaude?
Talvez me queiras interpelar a não me precipitar nos juízos que faço sobre as pessoas e as situações, a não me apressar a rotular as coisas de “boas” ou de “más”. Ajuda-me a ter um olhar mais parecido com o teu, que procura sempre a possibilidade, a vida escondida e que deseja brotar, mesmo naqueles para quem ninguém quer olhar. Quem são eles, na minha vida de todos os dias?
Jesus, hoje peço-te que me ajudes, uma vez mais, a aceitar, a acolher a tua generosidade, o teu amor sem condições, para comigo e para com todos. Que isso me transforme e encha de discreta criatividade o meu dia, o meu olhar, os meus gestos, as minhas opções, as minhas palavras…