Deus é a fonte do amor. Deus ama os homens, ama o seu povo, manifestou este amor desde sempre, mas foi sobretudo ao enviar ao mundo o seu Filho que Ele manifestou este amor. A grande Manifestação que a Epifania celebra é em última análise a do amor de Deus, amor que se revela tanto maior quanto é verdade que o Filho de Deus veio para os homens quando eles ainda eram pecadores, não purificados pelo Sangue do Salvador. 1 Jo 4, 7-10
«Deus é amor, Ele amou-nos primeiro. Amemo-nos uns aos outros». Queridos irmãos, esta leitura é uma resposta a alguns membros da comunidade (chamados gnósticos) que não praticando o mandamento do amor, orgulhavam-se no entanto de ver Deus. Face a tal pretensão, João afirma que Deus é invisível, que só quem O ama O conhece verdadeiramente e que o caminho do amor passa necessariamente pelos irmãos. O amor do homem a Deus é inseparável do amor aos irmãos; por isso «amemo-nos uns aos outros». Os mesmos que se orgulhavam na comunidade conhecerem a Deus abordavam o amor do ponto de vista negativo dizendo: “quem não ama comete pecado, e o pecador não pode conhecer Deus”. João em resposta expõe o mesmo pensamento, mas de ponto de vista positivo: o amor é necessário porque Deus é amor, «porque o amor vem de Deus». E afirmar que «Deus é amor» não é o mesmo que dizer «o amor de Deus». O facto de Deus ser amor significa que a maneira de chegar até a Deus é amar.