Ao Senhor pertence a terra e o que nela existe,
o mundo inteiro e os que nele habitam;
pois Ele a fundou sobre os mares
e a consolidou sobre os abismos.
Quem poderá subir à montanha do SENHOR
e apresentar-se no seu santuário?
O que tem as mãos inocentes e o coração limpo,
o que não ergue o espírito para as coisas vãs,
nem jura pelo que é falso.
Este há-de receber a bênção do SENHOR
e a recompensa de Deus, seu salvador.
Esta é a geração dos que o procuram,
dos que buscam a face do Deus de Jacob.
Ó portas, levantai os vossos umbrais!
Alteai-vos, pórticos eternos,
que vai entrar o rei glorioso.
Quem é esse rei glorioso?
É o SENHOR, poderoso herói,
o SENHOR, herói na batalha.
Ó portas, levantai os vossos umbrais!
Alteai-vos, pórticos eternos,
que vai entrar o rei glorioso.
Quem é Ele, esse rei glorioso?
É o Senhor do universo!
É Ele o rei glorioso
Salmo 24, 1-10
Olhar para o futuro é complicado. Mas ciclicamente, todos os anos, fazemos planos para o ano que se segue, fazemos votos e desejos, celebramos, umas vezes mais aprofundadamente outras vezes apenas pela rotina. Que projectos quero construir? Que posso dar a minha família? Como vão ser as férias? Quem vou ter mais presente? Que rotinas quero alterar? Para onde vou crescer? Que frutos quero dar?
Este ano todas estas perguntas me inquietavam mais, talvez fosse fruto da crise económica ou da constante desesperança que encontrava nas projecções do próximo ano. O contexto em que vivemos, é sério, é real e não podemos desprezar, mas não é o contexto que Deus me chama a viver, é sim o contexto em que Deus me chama a viver. Viver inserido num contexto, é diferente de viver um contexto. Deus distingue na minha vida aquilo que é o cenário em que me desloco, ao qual devo ser sensível e interveniente, e aquilo que sou chamado a viver.
Quando olhava para o meu ano via em cada projecto um monte alto de mais, e questionava- me: Como posso eu dar estes frutos? E a resposta não saía. Estava enganado. Estava enganado não porque não pudesse dar os frutos que planeava, mas porque não era esta a pergunta que Deus me queria fazer, Ele não se inquietava muito com os montes que eu colocava na oração, estava mais preocupado em saber “Que montanha queres trepar?”
A minha formatação para medir o meu sucesso através dos meus próprios frutos, estava a desviar-me do essencial: não são os frutos que nos fazem subir à “montanha do Senhor”, mas sim o trabalho que colocamos na terra fértil que Ele nos oferece a cada dia. É dessa terra que brotarão os frutos mais doces.
Não há maior desejo para o próximo ano que o de viver dia a dia na terra do Senhor. Por isso o desafio não é estabelecer metas, mas aprender a orientar o nosso olhar para os meios
que Deus vai colocar no nosso caminho ao longo deste ano e pô-los na terra fértil.
Que meios são esses?