Aconteceu que Jesus estava numa cidade, e havia aí um homem leproso. Vendo Jesus, o homem caiu a seus pés, e pediu: “Senhor, se queres, tu tens o poder de me purificar”. Jesus estendeu a mão, tocou nele, e disse: “Eu quero, fica purificado”. E, imediatamente, a lepra o deixou. E Jesus recomendou-lhe: “Não digas nada a ninguém. Vai mostrar-te ao sacerdote e oferece pela purificação o prescrito por Moisés como prova de tua cura”. Não obstante, sua fama ia crescendo, e numerosas multidões acorriam para ouvi-lo e serem curadas de suas enfermidades. Ele, porém, se retirava para lugares solitários e se entregava à oração.
A cura dum leproso mostra que Jesus veio libertar os excluídos e marginalizados da comunidade. O leproso era a imagem viva da mais total pobreza. Excluído da convivência humana, ia errante, em busca da misericórdia. Sua imundície repugnante tornava irremediável sua exclusão. A presença de Jesus na vida do leproso reverteu o quadro de sua situação. Jesus não fugiu dele, temendo ser contaminado. Antes, permitiu ao homem aproximar-se. Este, num gesto de profunda humildade, prostrou-se diante de Jesus, com a face por terra, num gesto típico de adoração. Ao chamá-lo de Senhor, o leproso fez uma confissão de fé, reconhecendo Jesus como Messias de Deus.
Jesus fez um gesto proibido, quando tocou o leproso para curá-lo, pois os leprosos jamais deveriam ser tocados, uma vez que transmitiam impureza. Com Jesus, porém, o processo foi inverso: não foi o leproso quem transmitiu impureza a Jesus, mas foi Jesus quem purificou o leproso, curando-o da sua enfermidade. Desta forma, a dignidade daquele homem foi restaurada, porque voltou a ser integrado no convívio social e religioso, como também, começou a partilhar da vida que o Reino anunciado por Jesus fazia jorrar para a humanidade.
Queridos irmãos, ao exemplo do nosso Mestre somos chamados a lutar contra todo o sistema opressor seja ele ideológico – político ou religioso. Ao aceitar o leproso, Jesus proporcionou mais vida naquele homem e reacendeu nele a esperança.
Somos chamados a, seguindo o exemplo de Jesus, ser sinais de esperança.
Lc 5, 12-16