Saindo dali, foi para a região da Judeia, para além do Jordão. As multidões agruparam-se outra vez à volta dele, e outra vez as ensinava, como era seu costume. Aproximaram-se uns fariseus e perguntaram-lhe, para o experimentar, se era lícito ao marido divorciar-se da mulher. Ele respondeu-lhes: «Que vos ordenou Moisés?» Disseram: «Moisés mandou escrever um documento de repúdio e divorciar-se dela.» Jesus retorquiu: «Devido à dureza do vosso coração é que ele vos deixou esse preceito. Mas, desde o princípio da criação, Deus fê-los homem e mulher. Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe para se unir à sua mulher, e serão os dois um só. Portanto, já não são dois, mas um só. Pois bem, o que Deus uniu não o separe o homem.» De regresso a casa, de novo os discípulos o interrogaram acerca disto. Jesus disse: «Quem se divorciar da sua mulher e casar com outra, comete adultério contra a primeira. E se a mulher se divorciar do seu marido e casar com outro, comete adultério.» Jesus ensina-nos, no Evangelho, que o amor traz consigo o sacrifício e a capacidade de suportar o outro. Suportar não no sentido de tê-lo como um fardo, mas enquanto somos capazes de nós colocar na pele do outro.
Mc 10, 1-12
Parece-nos lógico que os outros tenham de ter paciência connosco.
Mas nem sempre estamos dispostos a suportar os defeitos dos outros.
«Não vos queixeis uns dos outros», recomenda S. Tiago (Tg 5, 9).
Deus não se queixa de nós. Ama-nos porque é «rico em misericórdia e compaixão». Muitas comunidades cristãs, e mesmo famílias, tornam-se ambientes onde se vive como estranhos uns ao lado dos outros, se passa uns ao lado dos outros, mergulhados nas próprias preocupações, nos próprios problemas, sem nos comunicarmos as riquezas, as alegrias, o amor que há em nós.