“Os pais de Jesus iam todos os anos a Jerusalém, pela festa da Páscoa. Quando Ele chegou aos doze anos, subiram até lá, segundo o costume da festa. Terminados esses dias, regressaram a casa e o menino ficou em Jerusalém, sem que os pais o soubessem. Pensando que Ele se encontrava na caravana, fizeram um dia de viagem e começaram a procurá-lo entre os parentes e conhecidos. Não o tendo encontrado, voltaram a Jerusalém, à sua procura. Três dias depois, encontraram-no no templo, sentado entre os doutores, a ouvi-los e a fazer-lhes perguntas. Todos quantos o ouviam, estavam estupefactos com a sua inteligência e as suas respostas. Ao vê-lo, ficaram assombrados e sua mãe disse-lhe: «Filho, porque nos fizeste isto? Olha que teu pai e eu andávamos aflitos à tua procura!» Ele respondeu-lhes: «Porque me procuráveis? Não sabíeis que devia estar em casa de meu Pai?» Mas eles não compreenderam as palavras que lhes disse. Depois desceu com eles, voltou para Nazaré e era-lhes submisso. Sua mãe guardava todas estas coisas no seu coração.”
Lc 1, 41-51
A leitura de hoje recorda esta frase que me parece tão familiar “Sua mãe guardava todas estas coisas no seu coração”…
Hoje em dia somos bombardeados por todo o lado com informação, e o que é que guardamos no coração? Por vezes obrigo-me a parar e não fazer nada, só parar. Tenho sempre a tentação de estar a fazer alguma coisa, ter sempre uma revista à mão para ler nos tempos de espera. Mesmo no carro de casa para o trabalho e do trabalho para casa tenho sempre a tendência para ouvir rádio: informação, informação, informação…
Será que fica alguma coisa no meu coração à velocidade que a informação entra?
Na leitura Jesus tinha 12 anos e ficou em Jerusalem com os doutores e os seus pais encontraram-no 3 dias depois. Jesus esteve provavelmente 3 dias a fazer o mesmo: a falar com as mesmas pessoas. “Que tédio!” diriamos! Andamos a um ritmo demasiado rápido, para conseguirmos guardar alguma coisa no coração.