«Não julgueis, para não serdes julgados; pois, conforme o juízo com que julgardes, assim sereis julgados; e, com a medida com que medirdes, assim sereis medidos. Porque reparas no argueiro que está na vista do teu irmão, e não vês a trave que está na tua vista? Como ousas dizer ao teu irmão: ‘Deixa-me tirar o argueiro da tua vista’, tendo tu uma trave na tua? Hipócrita, tira primeiro a trave da tua vista e, então, verás melhor para tirar o argueiro da vista do teu irmão.»
O relacionamento com os outros é um dos grandes desafios ao nosso crescimento e é muitas vezes neste desafio que se revela a nossa fraqueza e necessidade de nos alicerçarmos mais em Deus, por exemplo quanto à opinião e juízos que fazemos dos outros e ao modo como os tratamos.
Todos sabemos como é fácil e talvez até frequente sentir que os outros estão a agir mal ou a irritar-nos com o seu procedimento ou forma de estar. Isto incomoda-nos particularmente se sentirmos que estão a ser injustos para connosco. Mas, embora seja natural e saudável que procuremos evitar alguma injustiça, Deus indica-nos que os critérios do que é justo ou não tem de ser Ele a indicá-los, e que não temos o direito de julgar o procedimento dos outros.
Por isso, o olhar que devemos ter sobre alguém que tenhamos a tentação de julgar deve ser o mesmo olhar que Deus tem sobre essa pessoa, e é a Ele, ao Deus infinitamente misericordioso (nomeadamente para connosco) e não ao nosso rancor que devemos consultar para formar as nossas opiniões e tomar as nossas resoluções.
Os outros são nossos irmãos e Deus tem – e deseja que tenhamos também – sobre eles o mesmo olhar de amor e a mesma esperança que tem sobre nós. A leitura de hoje é um desafio a encontrar Deus nos outros e a valorizar neles as marcas Dele no seu agir e forma de estar, ajudando-os como Deus nos ajuda a reforçar a confiança na sua capacidade de amar.
Ajuda-nos Senhor a ver-nos e tratar-nos a nós próprios e aos outros como tu nos vês e tratas.