“Abrão prostrou-se com o rosto por terra e Deus disse-lhe: «A aliança que faço contigo é esta: serás pai de inúmeros povos. Já não te chamarás Abrão, mas sim Abraão, porque Eu farei de ti o pai de inúmeros povos. Tornar-te-ei extremamente fecundo, farei que de ti nasçam povos e terás reis por descendentes. Estabeleço a minha aliança contigo e com a tua posteridade, de geração em geração; será uma aliança perpétua, em virtude da qual Eu serei o teu Deus e da tua descendência. Dar-te-ei, a ti e à tua descendência depois de ti, o país em que resides como estrangeiro, toda a terra de Canaã, em possessão perpétua, e serei Deus para eles.» Deus disse a Abraão: «Da tua parte, cumprirás a minha aliança, tu e a tua descendência, nas futuras gerações.»”
Gn 17, 3-9
«Em verdade, em verdade vos digo: se alguém observar a minha palavra nunca morrerá».
Queridos irmãos, nesta frase Jesus nos ensina que a sua Palavra é vida e dá a vida a quem a acolhe. Os seus ouvintes, naquela ocasião não a acolheram, como se vê no versículo final: «Então, agarraram em pedras para lhe atirarem».
Abraão soube acolher a palavra de Deus e obedecer-lhe. Tornou-se o modelo dos crentes, e exultou de alegria, na esperança de ver dia de Jesus. Pela sua fé e obediência Abraão aceitou estabelecer aliança com Deus e por causa da sua fé foi pai de muitos filhos.
Quando Jesus diz que quem acredita não morrerá quer dizer que a fé é um combate pela vida. A fé enfrenta a morte na sua forma mais insidiosa e quotidiana, aquela que se apresenta como a «inutilidade da existência». Abraão, no combate que opõe a morte à vida, revela uma fé que abre para uma inesperada esperança. Isto significa que no muro de angústia que muitas vezes nos aprisiona, abre uma brecha por onde pode irromper a vida, porque Ele é a vida: «antes de Abraão existir, Eu sou».
Senhor, fortificai a nossa fé!